oxibato de sódio

Narcolepsia

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A narcolepsia é um distúrbio do sono caracterizado por sonolência excessiva durante o dia e por frequentes ataques de sono, mesmo quando a pessoa dormiu bem à noite. Esses ataques costumam ocorrer repentinamente e a qualquer momento do dia – até mesmo em situações inusitadas, como em consultas médicas, dirigindo ou numa conversa entre amigos.
Ao contrário do que muitos acreditam, a narcolepsia não está relacionada à depressão, distúrbios convulsivos, desmaios, preguiça ou pela simples falta de sono durante a noite. Esta é uma condição crônica, para a qual não há cura, e que pode afetar seriamente a qualidade de vida de quem a tem. No entanto, é perfeitamente tratável e seu principal sintoma – o excesso de sono durante o dia – pode ser controlado por meio de medicamentos e algumas mudanças no estilo de vida.
Causas
Acredita-se que a narcolepsia seja causada pela perda de um grupo de células localizadas no hipotálamo. Estas células morrem precocemente e não produzem um neurotransmissor chamado hipocretina, responsável por nos manter acordados. Um desequilíbrio, portanto, na quantidade desta substância química pode levar ao aparecimento do sono REM em horas inadequadas. Os médicos não sabem afirmar o que leva o corpo a produzir baixas quantidades de hipocretina, mas acredita-se que uma reação autoimune possa estar envolvida.
No processo natural do sono, uma pessoa passa por todas as primeiras fases antes de entrar no chamado sono REM, que é quando ocorre a grande parte dos sonhos. Já uma pessoa com narcolepsia pula todas essas primeiras fases, atingindo o sono REM muito mais rapidamente. Isso pode acontecer tanto à noite quanto durante o dia.
Fatores de risco
Fatores genéticos e processos infecciosos parecem ser os principais fatores de risco para a narcolepsia. Estudiosos acreditam, também, que a doença esteja diretamente relacionada à idade. Em geral, esse distúrbio costuma acontecer com mais frequência em dois picos: no final da adolescência ou no início da segunda década de vida e após os 50 anos. Mulheres menopausadas costumam ser as mais afetadas pela narcolepsia.
Sintomas
Os principais sintomas de narcolepsia podem piorar ao longo do tempo. Eles são:

Sonolência diurna excessiva

Pessoas com narcolepsia adormecem sem aviso prévio, em qualquer lugar e a qualquer hora – inclusive em situações inusitadas, como durante uma conversa ou consulta médica, e em situações que podem colocar a vida em risco, se estiver dirigindo, por exemplo. Em geral, esses ataques frequentes e repentinos de sono duram de alguns minutos a cerca de meia hora. Após despertar, a pessoa sente-se revigorada, mas pode cair no sono novamente depois.
Sonolência excessiva durante o dia é o primeiro e principal sintoma da narcolepsia e, muitas vezes, o mais problemático também. Devido a ele, uma pessoa pode ter dificuldade de concentração e foco.

Perda súbita do tônus muscular

Esta condição, chamada de cataplexia, pode causar uma série de mudanças físicas – de fala arrastada à completa fraqueza da maioria dos músculos do corpo. Este problema pode durar de alguns segundos a alguns minutos.
A cataplexia é incontrolável e é desencadeada por emoções intensas, geralmente positivas, como o riso ou excitação. No entanto, também pode ser causada por sentimentos como medo, surpresa ou raiva.
A ocorrência de cataplexia entre pessoas com narcolepsia varia muito de casa para caso. Algumas apresentam apenas um ou dois episódios por ano, enquanto que outras podem ter vários episódios durante um único dia. Há casos em que pessoas com narcolepsia jamais apresentam cataplexia também.

Paralisia do sono

Pessoas com narcolepsia muitas vezes são temporariamente incapazes de se mover ou falar enquanto adormecem ou despertam. Estes episódios são geralmente breves, com duração de, em média, um ou dois minutos, mas pode ser assustador.
Nem todos que apresentam episódios de paralisia do sono têm narcolepsia, no entanto. Muitas pessoas sem narcolepsia experimentar alguns episódios de paralisia do sono, especialmente na idade adulta jovem. Da mesma forma, nem todas as pessoas diagnosticadas com narcolepsia passarão, necessariamente, por episódios de paralisia do sono.

Alucinações

Há dois tipos possíveis de alucinações, as chamadas alucinações hipnagógicas, que ocorrem quando a pessoa cai no sono, e as alucinações hipnopômpicas, que ocorrem durante o despertar. Essas alucinações ocorrem porque uma pessoa com narcolepsia ainda pode estar parcialmente acordada enquanto já começa a sonhar, de modo que pode confundir o sonho que já está vivenciando com a realidade.

Outros sintomas

Pessoas com narcolepsia podem apresentar outros distúrbios do sono, como apneia obstrutiva do sono, síndrome das pernas inquietas e insônia.
Além disso, alguns ataques de sono em pessoas com narcolepsia são breves, durando apenas alguns segundos. Em alguns casos, uma pessoa pode sofrer um ataque de sono repentino, cair no sono durante uma atividade que estiver executando, como escrever, digitar no computador ou dirigir, e mesmo assim, dormindo, continuar a executá-la.
Diagnóstico
 
O médico pode fazer um diagnóstico preliminar da narcolepsia com base na descrição dos sintomas e na presença de pelo menos dois deles: sonolência excessiva durante o dia e cataplexia. Depois de um diagnóstico inicial, o médico pode encaminhá-lo para um especialista do sono para uma avaliação mais aprofundada.
Alguns dos exames mais usados pelos médicos para diagnosticar a narcolepsia são:
  • ECG (que mede a atividade elétrica do coração)
  • Eletroencefalograma (que mede as atividades do cérebro)
  • Monitoramento da respiração
  • Testes genéticos para identificar o gene da narcolepsia
  • Polissonografia (estudo do sono do paciente)
  • Teste Múltiplo de Latência do Sono (MSLT), em que o médico mede quanto tempo o paciente leva para adormecer durante uma soneca diurna. Pacientes com narcolepsia adormecem muito mais rápido do que pessoas que não têm a doença.
Tratamento
Não há cura para a narcolepsia, mas medicamentos e adaptações no estilo de vida podem ajudar a controlar os sintomas.
Entre as principais medicações prescritas pelos médicos para tratar narcolepsia estão alguns estimulantes, inibidores seletivos de recaptação de serotonina, antidepressivos e oxibato de sódio.