Mês: julho 2015

Importância do contexto sociofamiliar na abordagem de crianças obesas

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Importance of the social and familial context in the management of obese children

 

 

Valéria TassaraI; Rocksane Carvalho NortonII; Walter Ernesto U. MarquesIII

IMestre em Ciências da Saúde da Criança e do Adolescente pela Faculdade de Medicina da UFMG; Psicóloga Clínica do Setor de Nutrologia Pediátrica do Hospital das Clínicas da UFMG; Belo Horizonte, MG, Brasil
IIDoutora; Professora do Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina da UFMG, Belo Horizonte, MG, Brasil
IIIDoutor; Professor do Departamento de Ciências Aplicada à Educação da Faculdade de Educação da UFMG, Belo Horizonte, MG, Brasil

 

 

 


RESUMO

OBJETIVO: Aprofundar a compreensão das interações interpessoais das crianças obesas no contexto familiar e social.
MÉTODOS: Foi utilizada uma metodologia qualitativa de pesquisa, adotando-se uma fundamentação teórico-metodológica apoiada na teoria sistêmica. Empregaram-se os seguintes instrumentos: entrevistas de aprofundamento; técnica do genograma e desenhos da imagem corporal. Os sujeitos da pesquisa foram crianças e seus familiares (pai, mãe e irmãos), atendidos pelo serviço de Nutrologia Pediátrica do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais.
RESULTADOS: Evidenciaram-se os seguintes indicadores relevantes: segredos familiares das histórias de origem das figuras parentais; relação emaranhada mãe/filhos que indica certo distanciamento dos pais na relação com as crianças; fenômenos transgeracionais em seus aspectos biológicos e simbólicos da obesidade em três gerações dos grupos familiares estudados; mitos e lealdades familiares, os quais se apresentaram como um suporte da identidade pessoal e familiar no ser gordo. Os sinalizadores auxiliaram a compreender as dificuldades do processo de diferenciação dessas crianças, ou seja, a possibilidade de o emagrecimento ser vivenciado como uma ameaça aos processos de identidade do grupo familiar.
CONCLUSÕES: Este estudo possibilitou demonstrar a importância de contextualizar a obesidade na infância, retirando a responsabilidade pelo problema da própria criança e deslocando-a para o contexto sociofamiliar. A prática desta pesquisa indicou outras possibilidades de intervenção, ressaltando a atuação interdisciplinar como postura profissional relevante para o tratamento da obesidade na infância.

 


ABSTRACT

OBJECTIVE: This study aimed to understand obese children’s interpersonal interactions in family and social contexts.
METHODS: A qualitative methodology of research was used and the methodological and theoretical support was based on the systemic theory. The following tools were applied: interviews, genogram technique and drawings regarding body image. The subjects of the research were children and their relatives (parents and siblings) assisted by the Pediatric Nutrology Service at the Clinical Hospital of the Federal University of Minas Gerais.
RESULTS: The analysis showed the following relevant contents among children’s perceptions: family secrets regarding the stories of parental figures’ origins; distant relationship of the parents in relation to the children; transgenerational phenomena in their biologic and symbolic aspects of obesity in three generations of the studied family groups; family myths and loyalties, which supported the obesity identity in the family group. These indicators helped to understand the difficulties of the process of differentiation of these children, that is, the possibility that loosing weight may be seen as a threat to their identity process in the family groups.
CONCLUSIONS: This study shows the importance of contextualizing obesity in childhood, shifting the focus away from the child’s self-responsibility and widening it to encompass the social/family context, highlighting the interdisciplinary action as a relevant professional approach to treat obesity in children.

Key-words: obesity; child; psychology; family.


 

 

Introdução

A obesidade tornou-se um fenômeno alarmante e preocupante em praticamente todas as faixas etárias da população e em vários países do mundo. Nos últimos anos, com crescente prevalência mundial, a obesidade vem constituindo um dos mais significativos problemas de saúde pública, principalmente devido às graves consequências biopsicossociais(1).

No Brasil, estudos epidemiológicos constataram excesso de peso em 40,6% da população adulta e, na faixa etária pediátrica, prevalência de excesso de peso entre 10,8 e 33,8% em diferentes regiões. Considera-se que a obesidade na infância e adolescência esteja diretamente relacionada à obesidade na fase adulta, pois cerca de 50% de crianças obesas aos seis meses e 80% das crianças obesas aos cinco anos permanecerão obesas(2). É importante salientar que vários estudos(3-5) corroboram essa alarmante estatística de que a obesidade na infância vem aumentando de forma significativa, gerando complicações para a saúde na infância, adolescência e fase adulta.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS)(6), medidas efetivas para o controle da obesidade incluem uma abordagem preventiva e de promoção da saúde na infância e adolescência. Mello et al(7) relatam haver uma variedade de intervenções para o tratamento da obesidade infantil, tais como: médica; orientação nutricional; terapia de família, comportamental e cognitiva e farmacológica. Há estudos(8,9) que mostram programas de tratamento da obesidade na infância com articulação da intervenção nutricional e atividade física, assim como outros abordam intervenções multidisciplinares(10,11) envolvendo os aspectos médicos, nutricionais e emocionais.

Este estudo teve como objetivo pesquisar as interações interpessoais das crianças obesas no contexto familiar e social para aprofundar a compreensão da complexidade de fatores que se inter-relacionam, tais como os biogenéticos, os nutricionais, os familiares e os psicossociais, na abordagem da criança obesa.

 

Método

Neste estudo, utilizou-se a metodologia de pesquisa qualitativa, fundamentada em um aprofundamento e abrangência da compreensão do fenômeno estudado(12). Dessa maneira, buscou-se uma perspectiva contextual para compreender o processo interativo entre as histórias dos valores e crenças do aprendizado dos hábitos alimentares familiares e as histórias que as crianças estão aprendendo a construir para elas mesmas em relação ao significado da postura alimentar de comer muito, comer bem e de ser gordo na família.

A casuística foi composta por quatro crianças e seus familiares (pai, mãe e irmãos): dois meninos e duas meninas com idades entre sete e 12 anos(13), atendidas pelo Setor de Nutrologia Pediátrica do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais (HC-UFMG). As crianças apresentaram diagnóstico de obesidade, de acordo com índice de massa corpórea (IMC), acima do percentil 95. As famílias eram nucleares simples (composta por pai, mãe e filhos) e pertenciam à classe social de baixa renda(14). A escolha da amostra foi intencional(15,16), usando como critério os sujeitos mais significativos para o entendimento das interações familiares tecidas em um emaranhamento(17) que se tornou recorrente nas entrevistas.

Os instrumentos de pesquisa utilizados foram as entrevistas de aprofundamento com os pais e as mães, e a técnica do genograma(18) para retratar aspectos transgeracionais biológicos e simbólicos da obesidade dos grupos familiares estudados e os desenhos da imagem corporal como possibilidade de expressão das crianças quanto às vivências em relação ao próprio corpo no contexto sociofamiliar. As entrevistas com pais, mães, crianças e grupos familiares foram gravadas e transcritas posteriormente. As análises e interpretações foram calcadas na vertente sistêmica.

O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da instituição. O termo de consentimento livre e esclarecido foi assinado pelos pais. Para preservar a identidade das mães, pais e crianças entrevistadas, as falas foram identificadas com M para as mães, P para os pais e C para as crianças.

 

Resultados e Discussão

Para este estudo, as análises e interpretações foram fundamentadas na teoria sistêmica, evidenciando assim as categorias relevantes, tais como: os segredos familiares das histórias de origem das mães; a relação emaranhada mãe/filhos e filhas, que indicou certo distanciamento da parte dos pais; os fenômenos transgeracionais em seus aspectos biológicos e simbólicos da obesidade em três gerações dos grupos familiares estudados; os mitos e lealdades familiares, as quais se apresentaram como um suporte da identidade pessoal e familiar para o ser gordo. Tais sinalizadores foram fundamentais para compreender as dificuldades do processo de diferenciação dessas crianças, ou seja, a possibilidade de emagrecimento vivenciada ocultamente como uma ameaça aos processos identificadores do grupo familiar, tal como foi retratado em seus desenhos da imagem corporal.

Relações familiares e obesidade na infância

No contexto dos grupos familiares estudados, as mães expressaram vivências sofridas em seu contexto familiar de origem, que se configuraram, na perspectiva sistêmica, como segredos familiares(19). Mason(20) relata que os segredos estão relacionados a eventos dolorosos de vida e que ocorrem fora das normas sociais e culturais. As histórias dessas mães relacionadas a abuso sexual, gravidez antes do casamento e abandono produziram sentimentos de insegurança, medo, vergonha e fracasso, que permaneceram ao longo de suas vidas como “segredos de si mesmas”(21), um sofrimento acautelado que se revelou em uma relação fusionada com os filhos.

As vivências maternas de sofrimentos aprisionados podem ser reeditadas na relação com os filhos, sendo traduzidas em dependência, superproteção e cuidados excessivos na alimentação, o que provoca secundariamente um cerceamento das suas vidas ao cotidiano familiar. A restrição nas relações interpessoais e sociais, segundo Sluzki(22), leva à produção de um sofrimento gerador de adoecimento biopsicossocial decorrente do processo de isolamento social.

Na perspectiva da psicologia sistêmica, a restrição da vida familiar ao espaço doméstico representa sofrimento para as crianças, uma vez que dificulta a ampliação das suas relações interpessoais e sociais. Há recorrência de passividade manifestada, por exemplo, no tempo diante da televisão e ansiedade(23), expressa em forma de “comer excessivamente”(24) . Por outro lado, as filhas e os filhos são vistos pelas mães como preguiçosos, sem iniciativa para os cuidados diários (tomar banho, trocar de roupa, fazer as refeições etc.), e também desanimados para as atividades físicas, de lazer e da orientação nutricional.

Desta maneira, a relação mãe-filho caracterizou-se como emaranhada(17), ou seja, pela indiferenciação das fronteiras do subsistema familiar mãe-filho, conforme expressaram as mães entrevistadas: “Ela é tudo […] razão deu viver é ela” (M.1); “Ele foi a base de tudo pra mim […]” (M.2); “Eu não deixava ela […]” (M.3); “[…] se eu perder eu morro […] é minha vida […] é meu filho” (M.4).

Pode-se considerar que a expressão de passividade e de ansiedade, bem como o comer excessivo dessas crianças representam a ponta de um iceberg, em que a parte submersa é o sofrimento das crianças amalgamado ao das mães, que tenta emergir e transparecer nos corpos obesos dessas crianças.

Tais experiências familiares demonstraram que determinados segredos, associados às trajetórias de sofrimento, propiciaram aprisionamentos nas relações mãe-filho. No entanto, essas tramas complexas apresentaram outros elementos intercorrentes; ou seja, a fusão mãe-filho contribuiu para algum distanciamento do pai(25) na relação com o filho. Sendo assim, a dinâmica familiar gerou implicações para a saúde dessas famílias, representadas pela obesidade das crianças. Nesse aspecto, Miermont et al(17) salientam: “Um subsistema mãe-filho altamente emaranhado (que perpetue os primeiros tempos simbióticos da relação) costuma excluir o pai, que se desliga ao extremo. A autonomia dos filhos é, então, diminuída, o que pode se transformar em um importante fator de desenvolvimento de sintomas”.

Torna-se importante destacar que o termo “simbiose” vem do grego symbiosis, “associação e entendimento íntimo entre duas pessoas”(26). Quer dizer, na relação mãe-filho ocorre uma fusão que faz parte do desenvolvimento da relação. No entanto, nessas famílias, a simbiose torna-se prejudicial à relação familiar, já que o prolongamento dessa fusão propicia, de alguma forma, o afastamento do pai na relação com o filho, bem como restringe o movimento ativo das crianças na vida, como brincar na rua e tomar iniciativas para realizar atividades cotidianas, culminando em experiências de sofrimento. Nesse aspecto, Minuchin(25) analisa que, nos subsistemas familiares emaranhados, desenvolvem-se fronteiras excessivamente rígidas que dificultam o intercâmbio com o mundo exterior, assim como desencorajam a autonomia da criança para lidar com situações da vida e, também, inibem suas habilidades cognitivo-afetivas.

Quanto a essa dinâmica relacional, evidencia-se um emaranhamento de conflitos compartilhados entre pai, mãe e filho que é visível no excesso de peso da criança e armazena uma sobrecarga psicológica invisível, tal como o segredo familiar. Contudo, na vivência da criança, esses pesos estabelecem conexões, já que a expressão do sofrimento psíquico aparece na postura do “comer mais”, revelando a ingestão dessa mistura de sofrimentos e conflitos familiares.

Desta maneira, a conduta do comer excessivo pela criança se expressa como um “sintoma-comunicação”(27), por meio do qual ela tenta comunicar que, simbolicamente, “ingere” conflitos e sofrimentos do sistema familiar, dada a dificuldade de expressá-los e compreendê-los.

Essas questões mais profundas, que dizem respeito a esses emaranhamentos de sofrimentos e conflitos, indicam a importância de o profissional que acompanha a criança obesa rever a sua atuação e não restringi-la à prescrição dietética. O profissional precisa considerar questões mais amplas do sistema familiar no processo de mudanças de hábitos alimentares da criança e sua família. Essas questões psicológicas, familiares e sociais se articulam aos fatores biogenéticos na constituição da obesidade na infância. Tal conexão pode ser evidenciada pelo fenômeno transgeracional, ou seja, a reedição da obesidade em três gerações, no que diz respeito aos aspectos de identidade dessas crianças em seus grupos familiares.

Fenômeno transgeracional e reedição da obesidade

Na perspectiva sistêmica, o fenômeno transgeracional trata de valores e crenças que são compartilhados com as gerações passadas das famílias, apoiando-se em mitos familiares que configuram as histórias dos grupos estudados. Nesse aspecto, Neuburger(28) elucida que o mito representa um elemento organizador do grupo familiar, define crenças, regras e papéis familiares, postula sua forma de funcionamento, além de proporcionar aos membros do seu grupo um sentido de identidade. No entanto, cada família constrói sua mitologia com base nas singularidades genéticas, culturais e históricas(29).

Dessa forma, os relatos dos pais, mães e crianças sobre as relações afetivas estabelecidas em torno da alimentação(30), seus aprendizados de valores, crenças, gostos e saberes alimentares, as formas de se alimentar, as receitas culinárias das avós, as comemorações, assim como a retratação dos familiares obesos, possibilitam reportar à reedição do sentido de ser gordo em suas famílias. A utilização da expressão “ser gordo” representa a retratação que os sujeitos da pesquisa têm de si mesmos, a qual constitui elemento significativo de suas identidades. Essa recorrência intergeracional aponta para os mitos familiares, ou seja, para a memória familiar: “Minha tia (mais nova) é gordinha, minha avó é gordinha, meu vô é gordinho e meu pai é palitinho.” (C.1); “Nasceu igual uma bolota. Puxou a família da mãe” (P.2); “Eu sempre fui gordinho. Toda vida fui gordinho, desde pequeno. Minha mãe era gorda. Ela (filha) puxou minha família” (P.3); “É gordo. Mesma coisa que fulano (pai biológico)” (M.4).

Observa-se que esses aspectos intergeracionais na constituição da identidade(31) familiar dos sujeitos – no ser gordo – se sustentam pelos mitos e, também, pelas lealdades familiares. Segundo Aun(32), as lealdades representam as expectativas que cada membro tem a respeito dos demais e da relação familiar, depositadas nas gerações posteriores. A identificação com o “ser gordo” torna-se um modelo homogeneizador, dificultando o processo de diferenciação(33), ou seja, de possibilidades de identificação com outras pessoas significativas da família. Agregado a isso, essas crianças se deparam com um padrão normativo corporal-magro característico da sociedade pós-moderna(34). Evidenciam-se, então, vivências de conflitos em relação à identidade dada – ser gordo – e à possibilidade de emagrecer, ou seja, diferenciar-se – tornar-se magro.

Imagem corporal e obesidade na infância

Essas vivências conflituosas das crianças em relação à identidade – ser gordo – e à possibilidade de emagrecer, ou seja, diferenciar-se em relação ao outro, são expressas nos seus desenhos da imagem corporal(35). Por exemplo, uma das crianças expressou em relação ao seu desenho da imagem corporal: “Eu sempre fui gordinha” (C.1), porém, desenhou-se magra, ou seja, diferente de como ela fala a respeito si mesma e de que os familiares afirmam para ela. Assim, ela disse: “Eles acham natural eu engordar” (C.1). Dessa forma, a criança expressou que se imagina de outra maneira, diferente do que foi pré-estabelecido no seu contexto familiar. No entanto, mostrou que se sente aceita e reconhecida. Referiu-se a isso falando sobre os apelidos: “Na família, só apelido de rir. Apelido que eu já conheço. Eu não fico ofendida.” (C.1). Porém, no âmbito social, em relação aos apelidos que os colegas colocam, ela expressou: “Me dá uma raiva!” (C.1).

Essas crianças, ao se desenharam magras, demonstraram desejo de emagrecer como possibilidade de se diferenciarem desse aspecto de identidade familiar de “ser gordo”, ou seja, poder identificar-se com outras pessoas significativas do contexto familiar e social. Ressalta-se que o desejo de emagrecer dessas crianças não retratou a desvalorização da identidade familiar, mas evidenciou dificuldades emocionais (sentimentos de medo e culpa) em relação ao processo de emagrecimento(36) – ao fato de a diferenciação se tornar uma ameaça ao sentimento de pertencimento familiar e à identidade – ser gordo.

Esses pais, mães e crianças precisam ser retratados em suas vivências, já que, emaranhados em seus sofrimentos, não encontram outras maneiras para se relacionarem com seus filhos e filhas e, ocultamente, reeditam as vivências conflituosas nas suas histórias atuais. Portanto, evidencia-se a importância de considerar o contexto sociofamiliar no tratamento da obesidade na infância.

Este estudo aponta que, no tratamento da obesidade na infância, é fundamental a atuação interdisciplinar apoiada na perspectiva sistêmica de que a criança representa a parte de um todo, não configurando um elemento isolado do grupo familiar. Portanto, as interações que se estabelecem entre pais, mães, filhos e filhas necessitam ser incluídas e articuladas às questões nutricionais que envolvem o processo de mudança de estilo de vida das famílias.

Acolher e respeitar as famílias em suas histórias é estratégia facilitadora da relação entre a família e os profissionais, na tentativa de não tornar a intervenção uma ameaça à identidade do grupo familiar. Pelo contrário, procura-se possibilitar o envolvimento e a participação das famílias no processo de mudança. O trabalho não se reduz a cuidar da mudança de hábitos alimentares, já que inclui a vida das pessoas, seus vínculos afetivos familiares e sociais, valores, dores e conflitos. Representa um processo dinâmico e reconstrutivo de um novo estilo de vida familiar.

A responsabilidade da intervenção não pode ser atribuída exclusivamente ao médico pediatra, ao nutricionista, ao psicólogo ou ao educador físico. É necessário possibilitar diálogos e atuações entre os profissionais, com o intuito de gerar complementaridade entre os saberes(37). Nessa perspectiva, não se deposita o fracasso gerado pela dificuldade do processo de emagrecimento aos filhos e às filhas, mas se reconfigura para um contexto relacional mais amplo, discutindo representações constitutivas dos grupos familiares, assim como se estabelecem trocas afetivas entre os participantes, ajudando-os a ampliar as suas relações familiares e, por conseguinte, o desenvolvimento da autonomia(38,36) das crianças no processo.

O tratamento da obesidade na infância deve ser co-construído entre os profissionais e as famílias, levando-se em consideração que os pais, mães e filhos precisam ser acolhidos e compreendidos em suas histórias, sofrimentos, conflitos, valores, crenças, saberes e sabores.

Tratar crianças obesas implica considerá-las em seus contextos familiares e sociais. No sentido de “(trans)ver”, ou seja, acolhê-las com um olhar que enxerga além da sua gordura e peso. Implica, portanto, respeitá-las nas suas histórias familiares, nos seus sofrimentos, alegrias, saberes e curiosidades. As consequências da obesidade para a saúde das crianças não se reduzem a colesterol alto, diabetes, problemas ortopédicos ou dermatológicos, mas articulam-se aos problemas psicossociais relacionados ao comprometimento da autonomia, restrição do espaço social e de possibilidades de identificações que propiciam o adoecimento das crianças e seus sistemas familiares. É necessário adotar trabalhos construídos em redes cooperativas e solidárias com vistas ao fortalecimento dos vínculos familiares, sociais, profissionais e institucionais, no intuito de ampliar a compreensão do problema e possibilitar intervenções mais efetivas diante da complexidade do fenômeno da obesidade na infância.

 

Agradecimentos

Aos membros do Setor de Nutrologia Pediátrica do Hospital das Clínicas da UFMG: Doutor Ennio Leão, Adriana, Ana Lúcia, Joel, José Venâncio, Márcia, Paulo, Ricardo, Rocksane, Rosângela e Viviane pelo incentivo caloroso e pelo reconhecimento deste trabalho.

 

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El riesgo de cistitis aumenta en verano

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Por llevar ropa húmeda y bañarse en lugares públicos.

La cistitis es una infección urinaria cuyos casos aumentan durante los meses de verano según expertos del Centro de Información de la Cistitis, que alertan de que llevar el bañador húmedo o bañarse en lugares públicos son los principales factores de riesgo para padecerla.

Según el estudio realizado el sexo femenino se ha posicionado como el más afectado. El 29% de las mujeres padecen cistitis frente al 12% de los hombres. El Dr. Fernández Arjona explica que “la cistitis es más habitual en mujeres, ya que la uretra femenina es más corta, solo mide dos o tres centímetros, y la vejiga se encuentra demasiado cerca de la zona vaginal, que suele estar contaminada. Así, las mujeres tienen más riesgo de infecciones urinarias”.

Un 10% de las mujeres asegura haber sufrido más de una cistitis en el último año y un 2% dice que ha padecido cuatro o más infecciones en un año. El especialista señala que esto se debe a que la colonización bacteriana se mantiene de forma permanente y al final los síntomas resurgen de nuevo. Las mujeres en los momentos de puerperio, lactancia o posmenopausia son las son más propensas a padecer una infección urinaria según la encuesta.

“La cistitis es una infección causada por bacterias que penetran en la vejiga y se adhieren a las paredes del tracto urinario. La bacteria ‘Escherichia coli’ suele provocar la mayoría de estas infecciones”, explica el urólogo del Instituto de Medicina Sexual y jefe de sección del Servicio de Urología del Hospital Universitario del Henares, el Dr. Manuel Fernández Arjona.

“Beber al menos un litro de agua al día, cambiar el bañador mojado después del baño, una higiene diaria, orinar cada dos o tres horas y antes y después de mantener relaciones sexuales, usar jabones neutros, no vestir con prendas ajustadas y la toma de preparados farmacéuticos de arándano rojo americano”, son las recomendaciones del experto para evitar esta infección.

Varios estudios han demostrado la eficacia del arándano rojo americano por sus proantocianidinas (PAC). “Las PAC, a dosis adecuadas, tienen una gran capacidad antiadherente porque evitan que las bacterias causantes de infecciones del tracto urinario se adhieran a las paredes evitando su propagación y por tanto la infección”, explica Teresa Ortega, profesora de Farmacología en la Universidad Complutense de Madrid.

El Centro de Información de la Cistitis en colaboración con el Centro de Investigación de Fitoterapia (INFITO) han puesto en marcha con la llegada del calor la campaña ‘Por un verano sin cistitis’. A través de un portal web (www.cistitisderepeticion.com) han expuesto consejos de prevención y tratamiento e incluye información para farmacéuticos sobre la cistitis, antibióticos y preparados farmacéuticos naturales como el de arándano rojo americano.

Las mujeres que dejan de fumar pueden tener menos sofocos durante la menopausia

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Aunque se deje de fumar más tarde, el número de sofocos sigue siendo menor que si no se abandona el hábito tabáquico.

Aunque se deje de fumar más tarde, el número de sofocos sigue siendo menor que si no se abandona el hábito tabáquico.

Las mujeres que dejan de fumar pueden tener menos sofocos durante la menopausia, en comparación con aquellas que no abandonan este hábito, según ha mostrado un equipo de investigadores de la University of Illinois (Estados Unidos).

Estos datos se han obtenido tras analizar durante siete años a 761 mujeres de 45 a 54 años, de las cuales 347 estaban ya experimentando sofocos. Así, el trabajo, cuyos resultados han sido publicados en “Maturitas”, ha desvelado que las fumadoras tenían más sofocos moderados o graves y, además, padecían estos síntomas a diario o semanalmente.

En concreto, los expertos han comprobado que dejar de fumar durante al menos cinco años antes de tener la menopausia está relacionado con un 45% menos de riesgo de padecer sofocos graves o frecuentes. Además, aunque se deje de fumar más tarde, el número de sofocos sigue siendo menor que si no se abandona el hábito tabáquico.

Por el contrario, sólo el 36% de las exfumadoras y el 22% de las que nunca habían fumado tenían sofocos moderados o graves. Asimismo, sólo un 10% de ellas sufrían sofocos de forma diaria o semanalmente.

Hepatitis B continues to be a global health problem

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But prevalence of the disease varies strongly from country to country.

Hepatitis B continues to one of the most common infectious diseases in the world and remains to be a problem despite availability of an effective vaccine. This is the outcome of a study conducted by German scientists published in “The Lancet”. But just how many people are affected differs strongly from country to country.

Researchers from the Helmholtz Centre for Infection Research in Braunschweig analysed data from 141 countries spanning periods from 1957 to 1989 and from 1990 to 2013. Upon comparing both study periods, the researchers found a slight decrease in the number of infections in most countries and on a global average. But it remained unclear whether this could be attributed to the universal vaccine recommendation made in 1992.

The prevalence of hepatitis B varies strongly from country to country. “While the fraction of chronically infected people in the general population is only 0.01 per cent in some countries, over 20 per cent are infected in other countries according to our results”, says study author Joerdis Ott. Overall, it is estimated that 248 million people worldwide have a chronic hepatitis B infection.

It is not surprising that hepatitis B is a health problem in those countries that are often faced with many other infectious diseases. But the researchers not only see a need for action in these countries, but a general need for action. “We urgently need to work on making the prevention measures become more effective. Even more so since the problem is expected to be even more serious in high risk groups, such as injecting drug users, to name just one example”, said study author Gerard Krause. According to the researchers, necessary steps include immediate vaccination of newborns at risk, making treatment accessible to a broader range of people, and providing basic preventive measures.

Breast cancer: antihormonal therapy and bisphosphonates help

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Two international studies showed that treatment reduces recurrence rates and mortality.

In the fight against early stage breast cancer, prescribing antihormonal therapy and bisphosphonates may be helpful. This is indicated by two meta-analyses published in “The Lancet”. Both the recurrence rates, as well as the mortality rates were reduced.

In the first meta-analysis data from nine large clinical studies involving 31,920 patients with early hormone-dependent breast cancer after menopause was analysed and re-pooled. In comparison to treatment using tamoxifen, it became clear that a five-year treatment with aromatase inhibitors, which are used to suppress oestrogen, reduced the rate of recurrence by one third and decreased the mortality rate by 15 per cent within 10 years. Compared to patients not taking any antihormonal therapy, the mortality rate may decrease by 40 per cent.

The second meta-analysis included data from 18,766 breast cancer patients (early stage, prior to and after menopause) from 26 studies. This analysis focussed on women who had been treated for two to five years after surgery with bisphosphonates, which are normally used to treat osteoporosis.

Prior to menopause, this type of treatment had no statistically significant effect. But in post-menopausal women, the likelihood of bone metastases decreased by 28 per cent and the mortality rate decreased by 18 per cent.

Estudian los mecanismos neuronales que crean el miedo (Mol Psychiatry)

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Los resultados servirán para entender mejor la transición entre el miedo normal y patológico.

Los resultados servirán para entender mejor la transición entre el miedo normal y patológico.

Un estudio del Hospital del Mar de Barcelona ha analizado los mecanismos neuronales de formación del miedo, cuyos resultados servirán para “entender mejor la transición entre el miedo normal y patológico” y optimizar los modelos fisiopatológicos para abordar los trastornos de ansiedad, ha informado este jueves el centro en un comunicado.

La investigación, publicada en la revista “Molecular Psychiatry”, ha analizado los estudios realizados hasta la actualidad –un total de 27– que medían la actividad cerebral durante el proceso de condicionamiento del miedo mediante resonancia magnética funcional (fMRI), que involucran a un total de 677 pacientes.

La metanálisis es una evaluación estructurada y sistemática de la información obtenida en diferentes estudios, y tiene una “gran importancia” para valorar la evidencia sobre un tema, ya que al incluir un número mayor de observaciones tiene un poder estadístico superior a los estudios que incluye.

Los investigadores han encontrado un patrón común en todos los estudios: entre las zonas que participan en el condicionamiento del miedo destacan las áreas del córtex cíngulo-frontal que incluyen la ínsula y el área dorsal anterior del córtex cingulado, además de que esta red cerebral se ha relacionado con la intercepción, la autopercepción de la condición fisiológica del cuerpo.

Aprender a identificar y responder a los señales de amenaza es crítico para la supervivencia, ya que genera una respuesta fisiológica y conductual que permite escapar o afrontar esta amenaza, si bien cuando este proceso se desregula provoca respuestas de miedo a los acontecimientos inocuos, lo que puede llevar a sufrir trastornos de ansiedad.

El 15% de la población tendrá algún trastorno de ansiedad en algún momento de su vida, aunque el grupo de personas que sufren trastornos de ansiedad graves es menor.

Como aumentar seus níveis de dopamina, a molécula da motivação

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Dr.Roberto Franco do Amaral

29 de março de 2015

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A dopamina é um neurotransmissor fundamental para a motivação, foco e produtividade. Conheça os sintomas da deficiência de dopamina e formas naturais para aumentar os seus níveis.

Existem cerca de 100 bilhões de neurônios no cérebro humano – tantos quanto as estrelas da Via Láctea. Estas células se comunicam entre si através de substâncias químicas do cérebro chamadas neurotransmissores.

A dopamina é o neurotransmissor responsável pela motivação, impulso e foco. Ela desempenha um papel em vários distúrbios mentais, incluindo depressão, dependências, transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) e esquizofrenia.

Vamos dar uma olhada na dopamina – o que faz, sintomas da deficiência e como aumentá-la naturalmente.

Dopamina: A molécula da motivação

A dopamina tem sido chamada de nossa “molécula da motivação.” Ele aumenta o nosso direcionamento, foco e concentração. Ela nos permite planejar com antecedência e resistir aos impulsos, para que possamos alcançar nossos objetivos. Nos dá a sensação do “Eu fiz isso!” quando realizamos o que nos propusemos a fazer. Faz-nos competitivos e proporciona a emoção da “caçada” em todos os aspectos da vida – negócios, esportes, amor…

A dopamina é responsável pelo nosso sistema de prazer e recompensa. (1) Ela nos permite ter sentimentos de prazer, felicidade e até mesmo euforia. Mas pouca dopamina pode deixar-nos fora de foco, desmotivados, apáticos e até mesmo deprimidos.

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                                                    Molécula da Dopamina

 

Os sintomas de deficiência de dopamina

Pessoas com baixas concentrações de dopamina carecem de entusiasmo pela vida. Elas apresentam baixo consumo de energia e motivação e muitas vezes dependem de cafeína, açúcar, ou outros estimulantes para passar o dia.

Muitos dos sintomas comuns da deficiência de dopamina são semelhantes aos da depressão:

  • Falta de motivação
  • Fadiga
  • Apatia
  • Procrastinação
  • Incapacidade de sentir prazer
  • Baixa libido
  • Problemas de sono
  • Mudanças de humor
  • Desespero
  • Perda de memória
  • Incapacidade de se concentrar

Ratos de laboratório deficientes em dopamina tornaram-se tão apáticos e letárgicos que faltou motivação para comer e morreram de fome. (2) Por outro lado, algumas pessoas com baixa concentração de dopamina compensam isto com comportamentos auto- destrutivos, para conseguir um aumento na dopamina. Isso pode incluir o uso e abuso de cafeína, álcool, açúcar, drogas, compras, jogos de vídeo, sexo, poder, ou jogos de azar.

Como aumentar a dopamina naturalmente

Há uma abundância de formas não saudáveis ​​para aumentar a dopamina. Mas você não tem que recorrer ao “sexo, drogas e rock’n’roll”, para aumentar seus níveis de dopamina. Aqui estão algumas maneiras saudáveis e comprovadas para aumentar os níveis de dopamina naturalmente.

Alimentos que aumentam a Dopamina

A dopamina é feita a partir do aminoácido tirosina  que vem a partir da fenilalanina . Comer uma dieta rica em tirosina irá garantir que você tenha os blocos básicos de construção, necessários para a produção da dopamina.

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Alimentos ricos em tirosina: (3, 4, 5, 6)

  • Todos os produtos de origem animal
  • Amêndoas
  • Maçãs
  • Abacate
  • Bananas
  • Beterrabas
  • Cacau
  • Café
  • Favas
  • Vegetais de folhas verdes
  • Chá verde
  • Feijão
  • Farinha de aveia
  • Vegetais marinhos
  • Gergelim
  • Sementes de abóbora
  • Cúrcuma
  • Melancia
  • Gérmen de trigo

Alimentos ricos em probióticos naturais, como iogurte natural , kefir, e chucrute cru também podem aumentar a produção da dopamina natural. De forma peculiar, a saúde de sua flora intestinal afeta sua produção de neurotransmissores. Uma superabundância de bactérias nocivas deixa subprodutos tóxicos chamados lipo- polisacarídeos que reduzem os níveis de dopamina. (7) . Leia mais sobre isso no post sobre Desbiose Intestinal.

O açúcar foi relacionado com o aumento da dopamina, mas este é um aumento temporário, mais do tipo deliciado pela droga do que pela comida. (8)

Suplementos de Dopamina

Existem suplementos que podem aumentar os níveis de dopamina naturalmente.

  • A curcumina é o ingrediente ativo na especiaria cúrcuma. Ela está disponível de forma isolada como um suplemento podendo ser manipulada ou encontrada facilmente em lojas de suplementos nos Estados Unidos.A curcumina foi relacionada ao alívio das ações obsessivas e melhora da perda de memória associada, ao aumentar a dopamina. (12, 13)
  • Ginkgo biloba é tradicionalmente usado para uma variedade de problemas relacionados ao cérebro – falta de concentração, esquecimento, dores de cabeça, fadiga, confusão mental, depressão e ansiedade. (14) Um dos mecanismos pelos quais a ginkgo funciona é através do aumento de dopamina. (15, 16)
  • L-teanina é um componente encontrado no chá verde. Ele aumenta os níveis de dopamina, juntamente com outros neurotransmissores serotonina e GABA. (17, 18) A L-teanina melhora memória, aprendizagem e humor. (19, 20) Você pode obter o seu incremento de dopamina, tomando  suplementos de L-teanina ou bebendo três xícaras de chá verde por dia. (21)
  • Fosfatidilserina atua como “porteiro” do seu cérebro, regulando nutrientes e resíduos que entram e saem de seu cérebro. Pode aumentar os níveis de dopamina e melhorar a memória, a concentração, aprendizagem e TDAH. (23, 24, 25)
  • L-tirosina/ l Fenilalanina: aminoácido precursores da dopamina que também podem ser manipulados  e usados diariamente se necessário .  Recomenda-se tomar acetil-L-tirosina – uma forma mais absorvível que atravessa facilmente a barreira hemato-encefálica. (22)
  • Mucuna:  Seus componentes de princípio são L-DOPA e os alcalóides bioativos mucunine, mucunadina, mucuadinina, prurienina e nicotina como também b-sitosterol, glutationa, lecina, óleos, ácidos venólico e gálico. O L-Dopa é um precursor neurotransmissor, uma droga efetiva para alívio na doença de Parkinson. A semente é um profilático contra oligosperma e é útil no aumento da contagem de esperma, ovulação em mulheres, etc. É uma planta proveniente da Índia, reconhecida pelas suas propriedades afrodisíacas. Estimula também a deposição de proteínas nos músculos e aumenta a força e a massa muscular. Aumenta os níveis de L-Dopa, um inibidor da somatostatina. O seu extrato é também conhecido por estimular o estado de alerta e melhorar a coordenação. Pode ser usada nas seguintes situações:

1. Para doença de Parkinson (contém L-dopa natural).

2. Para impotência e disfunção erétil.

3. Como afrodisíaco e para aumentar a testosterona.

4. Como anabólico e androgênio, fortalecendo os músculos e ajudando a estimular o hormônio do crescimento.

5. Ajudando na perda de peso.

Aumente a Dopamina com Exercícios

O exercício físico é uma das melhores coisas que você pode fazer para o seu cérebro. Ele aumenta a produção de novas células cerebrais, retarda o seu envelhecimento e melhora o fluxo de nutrientes para o cérebro. Ele também pode aumentar seus níveis de dopamina e os neurotransmissores do “bem-estar”, serotonina e noradrenalina. (26)

Dr. John Ratey, psiquiatra renomado e autor de “Centelha: A Revolucionária Nova Ciência do Exercício e do Cérebro”, estudou extensivamente os efeitos do exercício físico sobre o cérebro. Ele descobriu que o exercício aumenta os níveis basais de dopamina, promovendo o crescimento de novos receptores nas células cerebrais.

A dopamina é responsável, em parte, pela elevada experiência dos corredores profissionais. (27) Mas você não precisa se exercitar vigorosamente para aprimorar seu cérebro. Fazer caminhadas ou exercícios suaves, sem impacto como yoga, tai chi, ou qi gong produzem poderosos benefícios para a mente e o corpo. (28, 29,30)

Aumente a Dopamina com Meditação

Os benefícios da meditação têm sido comprovados em mais de 1.000 estudos. (31) Meditadores regulares experimentam elevada capacidade de aprender, aumento da criatividade, e relaxamento profundo. Tem sido demonstrado que a meditação aumenta a dopamina, melhorando o foco e a concentração. (32)

Passatempos manuais de todos os tipos – tricô, costura, desenho, fotografia e reparos domésticos  concentram o cérebro de forma semelhante à meditação. Essas atividades aumentam a dopamina, afastam a depressão e protegem contra o envelhecimento do cérebro. (33)

Ouvir música pode causar de liberação de dopamina. Estranhamente, você não tem sequer que ouvir a ouvir música para obter este neurotransmissor, que flui  apenas pela antecipação da escuta. (34)

Usando o sistema de recompensa do seu cérebro para equilibrar a Dopamina

A dopamina funciona como um mecanismo de sobrevivência, liberando energia quando uma grande oportunidade está na frente de você. A dopamina nos recompensa quando estiverem satisfeitas as nossas necessidades. Nós adoramos as ondas de dopamina devido à forma como elas nos fazem sentir. Mas de acordo com a Dra. Loretta Graziano Breuning, autora do livro “Conheça seus produtos químicos da felicidade: dopamina, endorfina, ocitocina, a serotonina”, nós não somos projetados para experimentar um frisson de dopamina incessante. A caça constante por aumento de dopamina pode transformá-lo em um “Lobo de Wall Street” – movido por vícios, ganância e luxúria.

Aqui estão algumas maneiras saudáveis ​​para equilibrar sua dopamina, trabalhando com o sistema de recompensa embutido no seu cérebro.

Desfrute a busca

Nossos ancestrais estavam em uma busca constante pela sobrevivência. Eles conseguiam uma onda de dopamina cada vez que achavam um novo pé de frutas ou um melhor ponto de pesca, porque isso significava que viveriam para procurar outro dia. Embora você ainda possa pegar frutas e peixes, há outras infinitas maneiras saudáveis ​​pelas quais você pode desfrutar a busca na vida moderna.

Você pode procurar uma nova música para download, ingredientes especiais para cozinhar, barganhar um pacote de viagem, um item de colecionador difícil de encontrar ou um presente  para um ente querido. Você pode participar de passatempos especificamente orientados para missões como geocaching (atividade recreativa para encontrar um objeto escondido, por meio de coordenadas de GPS publicadas em um site), observação de aves, geologia amadora, arqueologia amadora, e coleta de todos os tipos.

O ato de procurar e encontrar ativa seus circuitos de recompensa – sem arrependimentos posteriores.

Criar metas de curto e longo prazos

A dopamina é liberada quando se atinge um objetivo. Ter apenas metas de longo prazo é frustrante, então defina tanto metas de longo quanto de curto prazo. Metas a curto prazo não tem que ser algo grande. Eles podem ser tão simples como tentar uma nova receita, esvaziar sua pasta de e-mails, a limpeza de um armário, ou, finalmente, aprender a usar um novo aplicativo para o seu celular.

Transforme as metas de longo prazo em pequenas metas de curto prazo para dar a si mesmo aumento de dopamina ao longo do caminho.

Aceite  novos desafios

Conseguir uma promoção é um grande impulso de dopamina, mas isso não acontece muito frequentemente! Mas você pode criar suas próprias recompensas de dopamina, definindo uma meta e em seguida, dar pequenos passos em direção a ela todos os dias. Isso pode ser começar um novo programa de exercícios, aprender francês, ou desafiar a si mesmo a ir para casa do trabalho de forma diferente a cada dia, de preferência sem o uso de seu GPS.

De acordo com a Dra. Breuning, trabalhando com metas, sem falhar por 45 dias, você estará treinando o seu cérebro para estimular a produção de dopamina de uma nova maneira.

Dopamina e condições mentais

A dopamina desempenha um papel muito importante na forma como vivemos nossas vidas, não sendo nenhuma surpresa, que quando o sistema de dopamina está fora de equilíbrio pode contribuir para muitas condições mentais. (35)

Aqui estão três das condições mais comuns que têm uma ligação da dopamina.

1- Dopamina e TDAH

A causa subjacente do TDAH ainda é desconhecida. Até recentemente era amplamente aceito que a causa do TDAH seria, provavelmente, uma anormalidade na função da dopamina. Isso parece lógico já que a dopamina é essencial para manter o foco. A maioria dos medicamentos TDAH são baseados nesta teoria da “deficiência de dopamina”. Acredita-se que os medicamentos usados ​​para tratar o TDAH aumentam a liberação de dopamina e noradrenalina, enquanto a reduzem a sua taxa de recaptação. (36) No entanto, as pesquisas mais recentes sugerem que a principal causa de TDAH encontra-se em uma diferença estrutural na matéria cinzenta no cérebro e não dopamina. (37)

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2- Dopamina e Depressão

A serotonina é a substância química do cérebro mais associada à depressão. Os inibidores seletivos da recaptação da serotonina (ISRS), como Paxil, Prozac, Zoloft, Celexa e Lexapro são prescritos para a depressão e atuam aumentando os níveis cerebrais de serotonina. Mas isso só funciona em cerca de 40% dos pacientes que os utilizam. (38)

E os outros 60%?

Há um crescente corpo de evidência que mostra que o baixo nível de dopamina e não de serotonina é a causa da depressão para muitos. Bupropiona (nome comercial Wellbutrin) provou ser eficaz para os pacientes que não foram ajudados pelos ISRSs, abordando a deficiência de dopamina. (39)

Como determinar se a sua depressão ocorre mais provavelmente devido à deficiência de serotonina do que deficiência de dopamina? A depressão pela falta de serotonina é acompanhada de ansiedade e irritabilidade, enquanto a depressão pela falta de dopamina se expressa como letargia e falta de alegria de viver. (40)

3- Dopamina e esquizofrenia

A causa da esquizofrenia é desconhecida, mas acredita-se que a genética e fatores ambientais desempenham importantes papéis. (41) Uma teoria que prevalece é que ela é causada por um sistema de dopamina superativo. (42, 43) As provas de apoio para essa teoria é que os melhores medicamentos para tratar os sintomas da esquizofrenia se assemelham à dopamina e bloqueiam os receptores de dopamina. (44) No entanto, estes medicamentos podem levar dias para funcionar o que é indicativo de que o mecanismo exato ainda não é compreendido. (45)

Dopamina, Libido e Ereção em homens

De forma bastante simplificada, o comportamento sexual masculino pode ser dividido em três etapas principais. O primeiro estágio, a libido, está relacionado ao desejo sexual. O segundo estágio é o da excitação, quando são ativados os mecanismos pró-eréteis, preparando a genitália para a relação sexual. O terceiro e último estágio é o orgasmo acompanhado da ejaculação.

O estágio da libido é extremamente relacionado ao desejo por sexo e é considerado um fenômeno mediado pelas vias dopaminérgicas centrais ligadas aos mecanismos de recompensa. Acredita-se que esta via, denominada via mesolímbica, media não somente os mecanismos do desejo sexual, mas também o orgasmo. Uma influência negativa à libido é exercida pela prolactina, um hormônio secretado pela hipófise, cuja liberação é tonicamente inibida pela neurotransmissão dopaminérgica. Apesar dos relatos de diversos casos de DE diretamente ligada à hiperprolactinemia, a relação entre a prolactina e a função sexual masculina é pouco compreendida.

Os primeiros relatos do efeito de agentes dopaminérgicos na atividade sexual datam da década de 60, quando foi observado que a utilização da apomorfina  no tratamento de alguns sintomas de Parkinson apresentava como efeito colateral a indução de ereções em alguns pacientes. Sintetizada pela primeira vez no final do século XIX, a apomorfina  apresenta um longo histórico de segurança em humanos. Este fato e dados pré-clínicos anteriormente descritos aqui, que demonstram um mecanismo de ação apropriado ao tratamento da DE, levaram à introdução da apomorfina sublingual (Uprima®) no mercado farmacêutico, em 2001.

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Outros agentes dopaminérgicos que podem  ajudar na ereção

Poucos estudos clínicos existem sobre o efeito de outros agentes dopaminérgicos nos mecanismos eréteis e no tratamento da disfunção erétil

  • É relatado que a administração de L-DOPA (22), um precursor da biossíntese de dopamina (10)
  • O quinorelano é um agonista seletivo de receptores do subtipo D2, eficaz na indução de ereções em modelos animais.
  • A bromocriptina é um alcalóide do ergot com ação agonista de receptores D2-like. Alguns relatos apontam para a potencial utilização deste fármaco no tratamento da DE causada por hiperprolactinemia
  • A possibilidade de utilização da bupropiona  tratamento da DE também vem sendo discutida. A bupropiona é um fármaco antidepressivo inibidor da recaptação de aminas bioativas, com uma afinidade muito maior pelo transportador de dopamina que de noradrenalina e serotonina

 

O papel da Dopamina na libido feminina

A cada dia aumenta a autonomia das mulheres, que cada vez mais se tornam figuras centrais de suas próprias vidas e de quem as cercam. O paradigma social onde era exclusivo aos homens proverem suas famílias, ruiu e estes papéis são atualmente exercidos também pelas mulheres em diversas culturas. As mulheres estão disputando cada vez mais vagas e postos antes ocupados somente pelos homens, portanto, precisam ser tão competitivas como os homens, além de também quererem ter prazer, como os homens.

Décadas atrás o prazer feminino era considerado totalmente desnecessário tento em vista que a mulher não precisaria dele para reproduzir. O macho da casa dominava a relação como um todo, tanto do ponto de vista sexual como em outros âmbitos. A mulher era uma serva do homem em afazeres domésticos e sexuais, de modo a apenas dar prazer ao seu homem e continuidade à espécie.

Para a mulher chegar ao clímax é necessário primeiro ter o desejo sexual (libido), o qual por muitos anos foi pouco valorizado na mulher ao longo da história da medicina, muito provavelmente em função do machismo que sempre imperou. Apenas nos últimos 10 anos é que a libido feminina passou a ser alvo de estudos por cientistas do mundo todo e os estudos sobre o assunto se multiplicaram desde então, em função da crescente ascenção das mulheres na sociedade.

A dopamina é sintetizada em uma região do cérebro chamada substantia nigra e áreas subjacentes. Suas moléculas têm uma ação estimulante causando euforia, fluidez da fala e excitação. Vários estudos têm demonstrado a íntima relação da dopamina com o desejo sexual. Níveis baixos de dopamina tipicamente resultam em diminuição de libido. Alguns medicamentos que bloqueiam a dopamina acabam também reduzindo a libido e a recíproca é verdadeira, medicamentos que aumentam a dopamina podem aumentar o desejo sexual. O medicamento Flinabaserina , que recentemente foi aprovado pelo FDA, atua regulando os níveis de dopamina, porém, não podemos esquecer que desejo sexual feminino vai muito além de um neurotransmissor.

Estudos realizados nos últimos anos indicam que 65% das mulheres podem ter alterações da libido ao longo da vida. Infelizmente apesar de um número tão alto, poucas mulheres são tratadas de maneira correta e muitas vezes seus relacionamentos desmoronam em função disso. A diminuição ou ausência da libido na mulher não deve ser encarada como normal e nem a mulher pode se conformar com isso, achando que foi menos ”agraciada” pela natureza, como alguns profissionais insistem em dizer. Independentemente da idade, a função sexual preservada é importantíssima, já que o grande motivo de nossa existência é a reprodução. A partir do momento em que não sentimos mais vontade de nos reproduzir, podem ter certeza, algo está errado. E por favor, não aceite mais como resposta à esta situação: “- Você está estressada querida, precisa de umas férias”!

 

Selegilina, Parkinson e Depressão por  deficiência de dopamina

A Selegilina retarda o metabolismo e não apenas de dopamina, mas também de feniletilamina , uma amina também encontrado em chocolates e liberada quando estamos apaixonados. Selegilina protege os receptores celulares de dopamina a do stress oxidativo. O cérebro tem apenas cerca de 30-40.000 neurônios dopaminérgicos . Nós tendemos a perder, talvez, 13% uma década na vida adulta. Uma eventual perda de 70% -80% leva à desordem por deficiência de dopamina como doença de Parkinson e Depressão  . A selegilina na forma de pílula foi aprovado pela FDA como um adjuvante no tratamento da doença de Parkinson em 1989

 

RESUMO:

Como aumentar a dopamina em poucas palavras

A dopamina é nossa “molécula de motivação.” É também responsável pelo nosso sistema de prazer e recompensa. Há maneiras saudáveis ​​e insalubres ​​para aumentar a dopamina. Formas insalubres ​​para aumentar a dopamina podem ser portas de entrada para a autodestruição e vícios. Maneiras saudáveis ​​incluem comer os alimentos certos, suplementos para aumentar a dopamina, exercício físico, e meditação. Saiba como aproveitar o seu sistema de recompensa para uma produção saudável de dopamina. Aproveite a busca, defina objetivos tanto de longo quanto de curto prazo e aceite novos desafios. Você vai se sentir mais vivo, focado, produtivo e motivado.

REFERÊNCIAS

1. How to Increase Dopamine, the Motivation Molecule

http://www.healthy-holistic-living.com/increase-dopamine-motivation-molecule.html

2.A Molecule of Motivation, Dopamine Excels at Its Task

http://www.nytimes.com/2009/10/27/science/27angier.html?_r=2&

3.What is Dopamine?

https://www.psychologytoday.com/basics/dopamine

4.Foods That Increase Dopamine Naturally

http://www.medhelp.org/user_journals/show/14818/Foods-That-Increase-Dopamine-Naturally

5.Lipopolysaccharide (LPS)-induced dopamine cell loss in culture: roles of tumor necrosis factor-alpha, interleukin-1beta, and nitric oxide.

http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11850061

6.Daily bingeing on sugar repeatedly releases dopamine in the accumbens shell.

 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15987666

7.Antidepressant activity of curcumin: involvement of serotonin and dopamine system

http://link.springer.com/article/10.1007/s00213-008-1300-y

8. Ginkgo biloba

http://umm.edu/health/medical/altmed/herb/ginkgo-biloba

9 .The neuropharmacology of L-theanine(N-ethyl-L-glutamine): a possible neuroprotective and cognitive enhancing agent.

http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17182482

 10.The effects of IQPLUS Focus on cognitive function, mood and endocrine response before and following acute exercise.

11. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22017963

12. Exercise fuels the brain’s stress buffers

http://www.apa.org/helpcenter/exercise-stress.aspx

13. Walking Is Good Brain Exercise

http://psychcentral.com/news/2010/08/27/walking-is-good-brain-exercise/17326.html

Building the evidence for meditation

http://evidencebasedliving.human.cornell.edu/2011/07/14/building-the-evidence-for-meditation/

14.Anatomically distinct dopamine release during anticipation and experience of peak emotion to music

http://www.nature.com/neuro/journal/v14/n2/full/nn.2726.html

15.Dopamine, hippocampus and psychiatric diseases: Clarifying their relationships

http://www.sciencedaily.com/releases/2014/04/140403132337.htm

16.Imaging study shows dopamine dysfunction is not the main cause of Attention Deficit Hyperactivity Disorder (ADHD)

http://www.cam.ac.uk/research/news/imaging-study-shows-dopamine-dysfunction-is-not-the-main-cause-of-attention-deficit-hyperactivity

17.[The relevance of dopamine agonists in the treatment of depression].

http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19272288

18.The Dopamine Connection Between Schizophrenia and Creativity

http://psychcentral.com/lib/the-dopamine-connection-between-schizophrenia-and-creativity/0003505

19.The Dopamine Hypothesis of Schizophrenia: Version III—The Final Common Pathway

http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2669582/

20. Selegina

http://www.selegiline.com/

21. Quím. Nova vol.27 no.6 São Paulo Nov./Dec. 2004
REVISÃO: Agentes dopaminérgicos e o tratamento da disfunção erétilDopaminergic agents and erectile dysfunction treatmentGilda NevesI; Stela M. K. RatesI, *; Carlos A. M. FragaII; Eliezer J. BarreiroII

22.Site da Nutricionista Renata Dia http://www.renatadias.com.br/mucuna-pruriens.html

23.Mucuna e depressão

24.Mucuna e Perkinson

25.Mucuna e Fertilidade em homens

26.Mucuna e libido em ratos

27.Mucuna e disfunção erétil

Las personas que hacen ejercicio no saben lo que tienen que comer para recuperar las calorías perdidas (Eur J Clin Nutr)

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Tampoco tienen claro las calorías que queman.

Investigadores de la University of Exeter en Reino Unido aseguran que las personas que hacen ejercicio físico de forma regular no tienen claro las calorías que queman ni la cantidad de alimentos que tendrían que comer para recuperarlas, a raíz de los resultados de un trabajo publicado en la revista “European Journal of Clinical Nutrition”.

Para su experimento, reclutaron a un total de 50 voluntarios adultos y 49 adolescentes que practicaban ejercicio de forma regular en clubes deportivos de rugby, baloncesto, natación, hockey y bádminton. Tras una hora de ejercicio se les preguntó que trataran de adivinar las calorías eliminadas, fijando la cantidad de alimentos que necesitarían para recuperar la energía perdida.

De este modo, vieron como sorprendentemente eligieron cantidades que eran demasiado pequeñas, lo que muestran que o bien subestiman la cantidad de calorías que habían quemado o sobreestiman las que aportan los alimentos.

Para ello, se les ofrecieron 30 cuadrados de una tableta de chocolate y diferentes cantidades de bebida energética para ajustar la ingesta al ejercicio realizado.

De media, los deportistas eligieron menos de la mitad del chocolate o la bebida energética que en realidad serían necesarios para compensar las calorías quemadas. Así, los jugadores de rugby por ejemplo quemaron una media de 700 calorías en una hora pero estimaban que para recuperarlas tan sólo eran necesarias unas 330 calorías de chocolate o unas 140 calorías de bebida energética.

Los autores reconocen que es posible que los participantes les dijeran lo que querían oír y cambiaran sus respuestas a posta, mientras que también destacan que otra limitación del estudio es la falta de conocimiento de muchos de la información nutricional de los alimentos ofrecidos.

Lo que queda claro, según Craig Williams, autor del trabajo, es que se debe mejorar la educación nutricional para ajustar más la alimentación tras un esfuerzo físico considerable.

Mechanism of fish toxin holds potential to treat cancer

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Solving the molecular mechanism of a Yersinia pathogen indicates that it may help slow cancer metastasis.

Solving the molecular mechanism of a fish toxin has demonstrated that the substance may potentially be used to treat cancer. This is the result of a study carried out by researchers from the University of Freiburg (Germany) published in “Nature Communications”.

Researchers studied a pathogen of the Yersinia family (Yersinia ruckeri) that causes redmouth disease in salmon and trout, resulting in large financial losses of the fish industry. The researchers identified a toxin injection machine in the genome of Y. ruckeri, which resembles that of viruses that normally attack bacteria. The toxin Afp18 is an enzyme that deactivates the switch protein RhoA. RhoA is responsible for numerous vital cell processes in fish and humans. Among these processes are the build-up and breakdown of actin filaments, which also play a role in cancer metastasis.

In a next step, Afp18 was inserted into zebrafish embryos. Subsequently, cell division was halted and the embryos did not develop further. The toxin causes actin filaments in the fish cells to collapse, due to Afp18 attaching the sugar molecule N acetylglucosamine onto the amino acid tyrosine in RhoA. According to the researchers, this reaction is very unusual in nature. Since RhoA regulator proteins are involved in cancer metastasis, the researchers believe this fish toxin has huge therapeutic potential in cancer treatment.

Medicação na Doença Renal Crónica

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Públicado Este ano, por Virginia Gonçalves – Enfermeira no Serviço Nefrologia CHUC-HG

Medicação na Doença Renal Crónica

Imagem: judge me now, de ashley rose sob licença CC BY-NC-ND 2.0

 

 

Na Doença Renal Crónica (DRC) os sinais e sintomas que a pessoa apresenta são muito diferentes e variáveis uma vez que a doença tem uma progressão pouco linear. Esta variabilidade de sintomatologia resulta dos valores de ureia, creatinina, potássio e fósforo; da diminuição do sódio, cálcio, hemoglobina e hematócrito e da retenção de líquidos. A quantidade de urina diária é geralmente muito baixa e a cor pode variar entre muito clara e muito escura. Os edemas (inchaços) das extremidades, a hipertensão e as dores de cabeça, são sintomas frequentes. Pode ainda suceder-se irritação e insónias, resultantes do desgaste cerebral provocado pelas toxinas urémicas. A boca seca, o hálito urémico, a falta de apetite, as náuseas e os vómitos também são sintomas muito referidos. A pele adquire um tom característico: escuro, devido à presença dos produtos tóxicos no sangue e apresenta-se seca e com prurido, devido ao depósito de fosfatos. A diminuição da libido, alterações de humor, sintomas depressivos, cansaço, letargia, perda de memória e confusão mental, são ainda sintomas que a pessoa poderá apresentar.

 

 

A doença é irreversível e o tratamento tem como objectivos corrigir os desequilíbrios hormonais e hidro-electrolíticos, bem como atenuar/eliminar os sinais e sintomas que possam retirar qualidade de vida à pessoa. Deste modo, o tratamento na DRC engloba a componente farmacológica e não farmacológica. Na área não farmacológica incluem-se os cuidados com a alimentação e o exercício físico, por exemplo. Estes cuidados acabam por ser recomendações globais, a maior parte das vezes válidas para a população em geral: manter um peso dentro dos limites recomendados, evitar o tabaco e o álcool, praticar exercício físico regular e dentro das recomendações da equipa de saúde, ter bons hábitos de sono e repouso, ter uma vida social motivante, controlar o stress, saber gerir o tempo.

 

 

No âmbito farmacológico encontra-se a medicação que vai auxiliar, por exemplo, a controlar a tensão arterial, a proporcionar as hormonas que o rim não é capaz de produzir, a atenuar ou apagar os sintomas que possam surgir (como os vómitos, náuseas ou prurido) e a regular substâncias como a ureia, o fósforo ou o potássio, que os rins não conseguem eliminar em quantidade suficiente. Apesar dos avanços tecnológicos, a diálise não substitui a função hormonal e metabólica do rim e vai haver sempre necessidade de se complementar este tratamento com fármacos. O regime medicamentoso também é mutável de pessoa para pessoa, variando de acordo com as necessidades individuais, podendo abranger um vasto leque, dirigido ao tratamento de diversas patologias acessórias.

 

 

Em todas as doenças crónicas a adesão à terapêutica adquire particular importância uma vez que é através dela que se vai prevenir agudizações, evitar uma progressão rápida da doença e estabilizando os sinais e sintomas. Normalmente, nas pessoas com doença crónica, a adesão diminui após os seis primeiros meses de tratamento. Na doença renal crónica as pessoas necessitam de um regime terapêutico ajustado ao tratamento da doença e das suas co morbilidades e a terapêutica instituída engloba a utilização de vários tipos de medicação, com tomas distribuídas ao longo do dia e com uma média de 10 a 12 medicamentos diferentes por dia.

 

 

Os factores relacionados com a baixa adesão ao tratamento são influenciados por:

  • Factores sociais, económicos e culturais: Com o avançar da idade a não adesão tende a aumentar devido à existência de co morbilidades que determinam regimes terapêuticos múltiplos e/ou prolongados, ou ainda à diminuição de algumas capacidades cognitivas, motoras e de comunicação. Pessoas com baixo estatuto sócio-económico podem optar por não despender recursos monetários na medicação, uma vez que necessitam desse dinheiro para outros bens essenciais.
  • Factores relativos aos serviços de saúde e aos profissionais de saúde: A adesão da pessoa depende, muitas vezes, da sua avaliação sobre os cuidados recebidos. O doente privilegia a empatia e a comunicação na relação interpessoal, valorizando-as mais do que a competência técnica.
  • Factores relativos à própria doença e ao regime terapêutico: Vários estudos concluem que se a pessoa com DRC estiver sem sintomas, frequentemente não vai aderir ao regime terapêutico de forma eficaz. O tipo de fármaco, a forma e a via de administração, bem como o desconforto que provoca (o tamanho do comprimido, o cheiro ou o sabor de um xarope), são outros factores que podem afastar o doente da toma correcta da medicação.

 

 

Tratamento farmacológico de acordo com as co morbilidades

 

Anemia

 

A anemia na pessoa com DRC depende de muitos factores e está presente na maioria dos doentes em diálise. Esta doença está associada à baixa produção de eritropoietina (hormona produzida no rim e que é essencial para o controlo da produção das células sanguíneas), embora possa ser agravada por outros factores (ferropenia, défice de vitamina B12, défice de ácido fólico). O tratamento depende da causa, pelo que é importante conhecer a sua etiologia. É comum administrar-se eritropoietina humana recombinante, normalmente por via endovenosa e no final de uma sessão de diálise. A administração de ferro é também usual, aumentando a resposta ao tratamento com eritropoietina. Pode ser administrado por via endovenosa no decorrer da sessão dialítica ou através de um comprimido.

 

 

Os suplementos com eritropoetina ao proporcionarem uma maior produção de células sanguíneas, aliviam sintomas como o cansaço.

 

 

Afecções relacionadas com o Fósforo e o Cálcio

 

A DRC conduz a modificações no metabolismo ósseo que progridem com o declínio da função renal. As alterações podem apresentar-se só através dos valores analíticos (sem outros sinais e sintomas) ou já com doença óssea estabelecida e calcificações exta esqueléticas. Normalmente as pessoas não têm sintomas até aos últimos estádios da doença, onde podem ocorrer fracturas, dor (óssea e articular) e deformidades ósseas.

 

Quase todas as pessoas com DRC sofrem de patologia óssea, pois existem alterações do metabolismo do fósforo e do cálcio. A hiperfosfatemia, caracterizada pelo aumento da concentração plasmática de fosfato e que, em associação com o cálcio, leva à calcificação das artérias coronárias, pode proporcionar doença cardíaca isquémica, enfarte agudo do miocárdio, paragem cardiovascular e morte súbita.

 

Poderá ser necessário fazer suplementos de cálcio e vitamina D para evitar a dor óssea e prevenir fracturas ósseas, fortificando estes componentes. Também poderá ser preciso tomar fármacos que diminuam a absorção de fósforo no intestino, (pois esta substância acumula-se quando os rins falham) e o diminuam nos vasos sanguíneos (para proteger os vasos dos estragos causados pelos depósitos de cálcio).

 

Alguns medicamentos que controlam a hiperfosfatémia, limitando a sua absorção a nível do tubo digestivo, são o Carbonato de Cálcio, o Hidróxido de Alumínio e o Sevelamer. O Cinacalcet bloqueia os receptores de cálcio a nível da paratiróide e o Calcitriol é usado como derivado de vitamina D.

 

 

Hipertensão arterial (HTA)

 

Na maioria das pessoas em diálise, a HTA resulta da retenção de sódio e do aumento do volume intravascular, sendo controlada através do plano dialítico próprio de cada doente e de restrições no regime dietético (relativamente à ingestão de água e sal). O controlo da tensão arterial é muito importante, pois uma tensão alta vai conduzir a danos em todas as artérias do organismo, sobretudo nas do cérebro, coração e rins.

 

No entanto, podem existir outras causas (por disfunção do sistema nervoso simpático, a título de exemplo) e poderá haver necessidade do uso de fármacos que ajudem a baixar a tensão arterial. Existe uma panóplia enorme de medicamentos para o controlo da tensão arterial, cabendo ao médico escolher a mais adequada para cada doente. Na maioria dos casos, isto dependerá da existência de outras doenças, além dos problemas renais, como a Diabetes, Aterosclerose ou doenças das artérias coronárias. É de salientar que, no início, os fármacos hipotensores podem alterar o equilíbrio hidro-electrolítico, daí haver necessidade de um controlo sanguíneo dos valores de certos electrólitos, frequente.

 

 

Outras doenças associadas

 

As pessoas com DRC têm, muitas vezes, níveis elevados de mau colesterol (LDL), que potenciam o risco de doenças coronárias. Normalmente os clínicos prescrevem medicação – pertencem ao grupo das Estatinas – que ajudam a baixar os níveis de gordura.

 

A nefropatia diabética é a causa mais frequente de insuficiência renal crónica terminal nos países desenvolvidos. Os níveis elevados de glicose no sangue levam à produção de colagénio, o que conduz ao aumento da taxa de filtração glomerular e hipertrofia dos rins, com presença de microalbiuminúria que evolui, posteriormente, para macroalbuminúria e redução da filtração glomerular. Dependendo do estágio e evolução doença poderá ser necessário, além do controlo alimentar e de exercício físico, a introdução de fármacos via oral ou mesmo a correcção com insulina por via subcutânea.

 

 

É muito frequente que a pessoa com DRC tenha outras doenças, relacionadas ou não com o problema renal. Quando é necessário tratá-las, bem como à sintomatologia, é da maior importância saber que muitos medicamentos são eliminados pelo rim e, se este não funciona bem, podem ficar retidos no organismo e serem prejudiciais. Desta forma, pode ter de se reduzir o número de fármacos ou aumentar, mudar de categoria e/ou ir realizando conjugações. Este processo é contínuo e variável, pois a equipa de saúde tem de estar continuamente a monitorizar os parâmetros vitais/hidro-electrolíticos da pessoa, de forma a realizar estas mudanças de medicação o mais acertadamente possível. A equipa de saúde não pode descurar o facto de o doente ser um parceiro no seu próprio tratamento e o principal implicado no mesmo e que, além destas medidas, não pode negligenciar os tratamentos não farmacológicos.

 

 

Os acertos de medicação podem nunca ficar totalmente estabilizados: o ideal é que estejam o mais ajustados possível. Regra geral e imperiosa é que as pessoas com DRC nunca tomem medicação que não seja prescrita pela sua equipa de saúde.

 

 

A base deste tratamento tem como objectivos a prevenção, o acompanhamento e a intervenção nas complicações e co morbidades: juntos, equipa de saúde e pessoa com DRC, podem ultrapassar as dificuldades inerentes ao processo de saúde e doença e proporcionarem maior qualidade de vida.

 

 

 

 

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