Anestesiologia

Deficiência de #vitamina D e Covid-19: o que há de novo?

Postado em


Durante a pandemia, muito se questionou se haveria alguma relação entre a deficiência de vitamina D e Covid-19, principalmente em casos mais graves da infecção.  A vitamina D é um hormônio esteroide responsável pela regulação dos níveis corporais de cálcio e sódio e da mineralização óssea. Também exerce importante papel no controle de diversas patologias, como doenças autoimunes e imunossupressão. 

A vitamina D é sintetizada no organismo humano pela ingestão de alimentos ricos em proteínas animais e vegetais e pode ser classificada como colecalciferol (D3) e ergocalciferol (D2) respectivamente de acordo com sua origem alimentar. Além disso,  é sintetizada pela exposição aos raios ultravioletas (UVB) que através da epiderme transforma um derivado do colesterol (7-DHC) em colecalciferol. No fígado, este é convertido em 25 hidroxi vitamina D que é transformada no seu produto final no rim. A maioria da população adquire vitamina D pela exposição solar, porém a população americana tem seu aporte mais relacionado à alimentação como leite, sucos e cereais fortificados com vitamina D. Populações que habitam altas altitudes e com maior concentração de melanina possuem deficiência natural da vitamina por estarem menos expostas à luz solar.

Uma análise com 4962 pacientes na National Health and Nutrition Examination Survey mostrou que quase 40% da amostra apresentava níveis de vitamina D abaixo de 20ng/ml e estavam mais relacionados à pessoas obesas e com diabetes tipo 1 e 2.

Deficiência de vitamina D e Covid-19

Atualmente alguns estudos vêm correlacionando a deficiência de vitamina D com um maior risco de complicações junto a infecção por Covid-19, principalmente em pacientes obesos, negros e com diabetes tipo 1 e 2. Porém, os estudos têm se mostrado confusos e esparsos como alguns exemplos citados abaixo:

  • Um estudo realizado na França com 77 pacientes idosos e diagnosticados com Covid-19, evidenciou que aqueles que consumiam rotineiramente suplementação de vitamina D antes de serem infectados, apresentaram quadros mais leves em comparação com aqueles que tomaram vitamina D logo após o diagnóstico. E um estudo espanhol piloto randomizado com 76 pacientes hospitalizados com Covid-19, que receberam altas doses de vitamina D durante a internação, apresentaram menor incidência de internação em unidade fechada.
  • Estudo em um hospital italiano mostrou uma ligação de baixos níveis de vitamina D com um risco aumentado de desenvolvimento de pneumonia por SARS CoV-2. Porém, idade, sexo e comorbidades apresentaram-se como maiores fatores de risco para mortalidade do que a deficiência de vitamina.
  • Outro estudo realizado por pesquisadores do JAMA Network Open by University of Chicago observou uma grande conexão de deficiência de vitamina D com maiores chances de testagem positiva para Covid-19.
  • Estudo realizado em Julho de 2020 na Indonésia, apesar de não ter sido revisto e publicado, tomou um grande vulto nas redes sociais de forma não oficial, também demonstrando uma forte ligação entre deficiência de vitamina D e maior risco de complicações por Covid-19. Porém, não foi possível analisar nenhum parâmetro desse estudo, o que o tornou desconsiderado.
  • Em outubro de 2020, editores do PLoS One, também expressaram uma certa ligação entre níveis deficientes de vitamina D (abaixo de 30ng/ml) com o dobro de chances de óbito por Covid-19.

Todos os estudos demonstrados apresentaram muitas variáveis e bastante conflito de interesses, principalmente relacionados à indústria de suplementação, o que impede que haja uma conclusão assertiva que possa correlacionar efetivamente a deficiência de vitamina D com casos graves de Covid-19. Porém, níveis adequados de vitamina D são essenciais para a saúde óssea e a prevenção da deficiência vitamínica é sempre um objetivo clínico essencial.

Autor(a):

Gabriela Queiroz

Graduação em Medicina pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) ⦁ Pós-Graduação em Anestesiologia pelo Ministério da Educação (MEC) ⦁ Pós-Graduação em Anestesiologia pelo Centro de Especialização e Treinamento da Sociedade Brasileira de Anestesiologia (CET/SBA) ⦁ Membro da Sociedade Brasileira de Anestesiologia (SBA) ⦁ Ênfase em cirurgias de trauma e emergência, obstetrícia, plástica estética reconstrutiva e reparadora e procedimentos endoscópicos ⦁ Experiência em trauma e cirurgias de emergência de grande porte, como ortopedia, vascular e neurocirurgia ⦁ Experiência em treinamento acadêmico e liderança de grupos em ambiente cirúrgico hospitalar ⦁ Orientadora acadêmica junto à classe de residentes em Anestesiologia ⦁ Orientadora e auxiliar em palestras regionais e internacionais na área de Anestesiologia.

Referências bibliográficas:

  • Rubin R. Sorting Out Whether Vitamin D Deficiency Raises COVID-19 Risk.JAMA. 2021;325(4):329-330.

Avaliação da informação operatória na visita pré-anestésica sobre a ansiedade

Postado em

Médica conversa com paciente com ansiedade operatória

A ansiedade operatória é bastante deletéria principalmente no período pós-operatório em pacientes submetidos a cirurgias extensas, de grande porte e cirurgias oncológicas. Situações de ansiedade levam a liberação de catecolaminas que resultam no aumento da pressão arterial, aumento da frequência cardíaca e desencadeamento de arritmias no período pré e intraoperatório, demandando maior necessidade de medicações e prolongando o tempo de internação hospitalar ou até mesmo adiando o procedimento cirúrgico.

Além disso, estudos vêm demonstrando que pacientes que apresentam ansiedade antes da cirurgia acabam tendo episódios álgicos mais intensos no pós-operatório. E o maior fator desencadeador e perpetuador da ansiedade, principalmente em pacientes oncológicos é a falta de informação pré cirúrgica.

Os pacientes com câncer apresentam maior quadro de ansiedade do que a população em geral, principalmente por características inerentes a doença como a forma ameaçadora que ela se apresenta, o grande impacto na imagem corporal e o bem estar do paciente, além de desconfortos em relação aos tratamentos não cirúrgicos como quimioterapia e radioterapia.

Apesar de haver várias escalas para medição do grau de ansiedade pré operatória, a escala de Beck (Beck Anxiety Inventory – BAI) é considerada padrão ouro para mensuração da ansiedade pela sua simplicidade, brevidade e capacidade de medir a ansiedade geral, minimizando sua sobreposição a características de depressão, tendo sido desenvolvida para diferenciar ansiedade de depressão. Nesse questionário são respondidas 21 questões e avaliado os scores obtidos que pode variar de 0 a 63 pontos com 4 resultados: mínimo (score 0) de 0 a 10 pontos, leve (score 2) de 11 a 19 pontos, moderado (score 3) de 20 a 30 pontos e grave (score 4) de 31 a 63 pontos.

Estudo

O estudo em questão visou avaliar o impacto das informações pré-operatórias sobre o grau de ansiedade em pacientes oncológicas submetidas a histerectomia total e anexectomia bilateral. Foram selecionadas pacientes com diagnóstico de câncer endometrial com idade superior a 18 anos, estado físico ASA II e III, que não possuíam transtornos psiquiátricos e nem tinham diagnóstico anterior de depressão ou com tratamento com ansiolíticos ou antidepressivos.

Todas as pacientes foram submetidas ao questionário de Beck e dividias em 2 grupos aleatórios, onde um grupo recebia informações completas detalhadas sobre o procedimento anestésico-cirúrgico e o outro grupo não recebia nenhuma informação. O questionário foi utilizado duas vezes, antes da consulta pré anestésica e duas horas após a consulta. Nesse intervalo, todas as pacientes permaneceram no pátio recreativo do hospital, sem exposição a fatores estressantes. A medição dos dados vitais como frequência cardíaca e pressão arterial foram tomadas imediatamente antes da resposta dos dois questionários para avaliar indiretamente a liberação de catecolaminas.

Resultados

O grupo que recebeu informações detalhadas sobre o procedimento anestésico cirúrgico apresentou dados vitais diminuídos em comparação com a primeira medição e scores de Beck menores (maior quantidade de scores 0) na segundo questionário, em comparação com o segundo grupo que não recebeu informações detalhadas, neste grupo não houve modificações na avaliação de Beck, após o primeiro questionário.

Conclusões

Nesse estudo foi possível comprovar que em pacientes oncológicas os níveis de ansiedade pré cirúrgica podem ser diminuídos pela obtenção de informações pelos pacientes de todos os detalhes relacionados a seu procedimento, tanto no âmbito cirúrgico como anestésico. Além disso, o conhecimento dessas informações promoveu a diminuição do dados vitais como frequência cardíaca e pressão arterial, levando a uma maior segurança para realização do procedimento. Também foi avaliado que essas informações, junto com a visita pré-anestésica deve ser realizada em um período de duas semanas antes do procedimento para um melhor resultado. Pesquisas demonstram que pré-anestésicos na véspera da cirurgia não contribuem para uma diminuição do grau de ansiedade dos pacientes.

Orientar um paciente de maneira detalhada, no período pré-operatório deve ser um padrão institucionalizado principalmente naquela população que será submetida a procedimentos de grande porte, como os oncológicos.

Em tempo

Por motivos de ética médica, as pacientes do grupo 2 receberam todas as informações detalhadas após o preenchimento do segundo questionário de Beck.

Autor(a):

Gabriela Queiroz

Graduação em Medicina pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) ⦁ Pós-Graduação em Anestesiologia pelo Ministério da Educação (MEC) ⦁ Pós-Graduação em Anestesiologia pelo Centro de Especialização e Treinamento da Sociedade Brasileira de Anestesiologia (CET/SBA) ⦁ Membro da Sociedade Brasileira de Anestesiologia (SBA) ⦁ Ênfase em cirurgias de trauma e emergência, obstetrícia, plástica estética reconstrutiva e reparadora e procedimentos endoscópicos ⦁ Experiência em trauma e cirurgias de emergência de grande porte, como ortopedia, vascular e neurocirurgia ⦁ Experiência em treinamento acadêmico e liderança de grupos em ambiente cirúrgico hospitalar ⦁ Orientadora acadêmica junto à classe de residentes em Anestesiologia ⦁ Orientadora e auxiliar em palestras regionais e internacionais na área de Anestesiologia.

Referências bibliográficas:

  • Lemos MF, et al. A informação no pré‐operatório reduz a ansiedade pré‐operatória em pacientes com câncer submetidos à cirurgia: utilidade do Inventário Beck de Ansiedade. Brazilian Journal of Anesthesiology. 2019;69(1):1-6. doi: 10.1016/j.bjan.2018.07.003
  • Waller A, et al. Preparatory education for cancer patients undergoing surgery: a systematic review of volume and quality of research output over time Patient Educ Couns. 2015;98:1540-154.
  • Hoon LS, Chi Sally CW, Hong-Gu H. Effect of psychosocial interventions on outcomes of patients with colorectal cancer: a review of the literature Eur J Oncol Nurs. 2013; 17:883-891.

#Hipertermia maligna e #teste de contratura muscular: uma análise epidemiológica

Postado em

A síndrome de hipertermia maligna (HM) foi primeiramente descrita no Brasil em 1975. Ela se caracteriza por uma síndrome potencialmente fatal, hipermetabólica, autossômica dominante relacionada a mutações dos genes ligados ao transporte intracelular de cálcio, promovendo a liberação excessiva do mesmo para o citoplasma e gerando um processo hipermetabólico com contratura e rigidez muscular, aumento do consumo de oxigênio e da produção de gás carbônico, hipertermia e acidose metabólica. Além disso essa síndrome promove a destruição das fibras musculares com extravasamento de potássio, CK e mioglobina para a circulação sanguínea.

 

Causas e diagnóstico

A HM está relacionada à exposição de anestésicos inalatórios e do relaxante muscular, succinilcolina. Epidemiologicamente, ela pode afetar qualquer pessoa da população independente do sexo, idade e condição clínica, e tem uma incidência de 1:500000 anestesias na população adulta e 1:10000 anestesias na população pediátrica. Seu tratamento baseia-se no diagnóstico precoce, suspensão imediata do anestésico e uso de Dantrolene sódico. Medidas de suporte relacionadas as complicações também fazem parte do arsenal terapêutico.

Em relação ao seu diagnóstico, o teste padrão ouro para determinar suscetibilidade a hipertermia maligna é o teste de contratura muscular in vitro (TCIV) que consiste na retirada de pequenos fragmentos de musculatura esquelética da porção do vasto medial e lateral do quadríceps, e exposição dos mesmo a grande quantidade de cafeína e halotano. Pacientes suscetíveis apresentam contraturas mais intensas a ambas substâncias, do que as pessoas normais. A HM é uma síndrome de notificação compulsória e a realização do TCIV em indivíduos suspeitos assim como nos seus familiares facilita a diminuição e até erradicação de mortes durante procedimentos anestésicos.

 

Objetivo e método

O objetivo do estudo em questão foi analisar os dados colhidos em fichas de notificação de HM que foram confirmados com TCIV a fim de traçar o perfil de HM em nosso país.

O método do estudo em questão foi a coleta de dados relatados em fichas de notificação de HM no período de 1997-2010 dentro de todas as normas éticas para a realização do mesmo e após consentimento informado de todos os envolvidos. Foram selecionados 122 indivíduos com resultado positivo para suscetibilidade a HM pelo TCIV, sendo 30 pacientes diretamente relacionados ao evento e 92 familiares envolvidos (familiares de primeiro grau). Além disso também foram selecionados 20 pacientes com crise suspeita de HM, porém sem ter sido realizado TCIV por motivos diversos.

Os pacientes apresentavam faixa etária entre 18 e 27 anos, de ambos os sexos, provenientes de todo o país, sendo a maioria brancos e encaminhados para a investigação principalmente por apresentarem quadro de HM durante anestesia (64%). Outras indicações de investigação foram central core disease (12%), hiperCKemia idiopática (12%), síndrome do estresse humano (2%), hipertrofia do músculo masseter (2%) e síndrome neuroléptica maligna atípica (8%).

Resultados

Dos pacientes que apresentaram HM pós-anestesia, a maioria (41%) já havia sido previamente anestesiado sem apresentar qualquer sinal ou sintoma relacionado a síndrome e todos foram submetidos a cirurgias eletivas. Os agentes desencadeantes relacionados foram halogenados e succinilcolina. O intervalo entre o início da anestesia e o início dos sintomas foi em torno de 170 minutos e em 3 pacientes houve início dos sintomas no período pós-operatório tardio. A maioria dos pacientes apresentou quadro de hipertermia com temperatura acima de 38 °C (67%), taquicardia (50%) e trismo do masseter (37,5%). Outros sinais e sintomas menos comuns foram colúria, parada cardiorrespiratória, má perfusão periférica, insuficiência renal aguda, taquipneia, convulsão e arritmia cardíaca.

Em relação ao tratamento empregado, na maioria foi realizado suspensão do agente desencadeante, resfriamento ativo, hiperventilação com oxigênio a 100%. O dantrolene sódico na fase aguda foi administrado em apenas 5 pacientes e mantido na fase tardia somente em 3 pacientes.

Na evolução, 25% pacientes foram a óbito, enquanto 2 evoluíram com sequela de mialgia. A maioria (69%) se recuperou sem sequela.

Em relação ao TCIV, a maioria dos pacientes apresentou resultado diretamente positivo tanto à cafeína como ao halotano e foram diagnosticados como suscetível à HM com resposta a halotano/cafeína. Os outros pacientes que por algum motivo não puderam ser avaliados diretamente com o TCIV, apresentaram resultados positivos indiretos confirmados por seus parentes, principalmente de primeiro grau.

 

Conclusão

Apesar desse estudo apresentar dificuldades de coleta de dados, principalmente por falta de notificação adequada por todos os centros, e consequentemente gerar um gap do real número de casos, ele evidenciou que apesar do tratamento farmacológico preconizado com dantrolene, este não foi realizado de forma rotineira em todos os pacientes. A mortalidade dos pacientes no Brasil ainda é alta em comparação com outras localidades.

Além da subnotificação e pouco uso de dantrolene, existe a falta de encaminhamento adequado ao TCIV. Faz-se necessário maior notificação e divulgação da hipertermia maligna no Brasil, com treinamento das equipes de centro cirúrgico para atendimento a essa emergência. Adicionalmente, o encaminhamento de rotina ao TCIV em pacientes suscetíveis ou seus familiares é de grande importância, uma vez que o teste é padrão ouro para determinar o grau de suscetibilidade familiar e consequentemente evitar o uso de halogenados e succinilcolina nesses pacientes, diminuindo a morbimortalidade por HM. Um outro fator importante é identificar esses grupos de risco a fim de separar os grupos geneticamente predispostos para futuras pesquisas genéticas em busca de novos genes, ou estudos de ligação.

Autor(a):

Gabriela Queiroz

Graduação em Medicina pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) ⦁ Pós-Graduação em Anestesiologia pelo Ministério da Educação (MEC) ⦁ Pós-Graduação em Anestesiologia pelo Centro de Especialização e Treinamento da Sociedade Brasileira de Anestesiologia (CET/SBA) ⦁ Membro da Sociedade Brasileira de Anestesiologia (SBA) ⦁ Ênfase em cirurgias de trauma e emergência, obstetrícia, plástica estética reconstrutiva e reparadora e procedimentos endoscópicos ⦁ Experiência em trauma e cirurgias de emergência de grande porte, como ortopedia, vascular e neurocirurgia ⦁ Experiência em treinamento acadêmico e liderança de grupos em ambiente cirúrgico hospitalar ⦁ Orientadora acadêmica junto à classe de residentes em Anestesiologia ⦁ Orientadora e auxiliar em palestras regionais e internacionais na área de Anestesiologia.

Referências bibliográficas:

  • Silva HCA, et all.Perfil dos relatos de suscetibilidade à hipertermia maligna confirmados com teste de contratura muscular no Brasil. Brazilian Journal of Anesthesiology. 2019 Mar-Abr;69(2):152-159.
  • Klingler W, Heiderich S, Girard T, et al. Functional and genetic characterization of clinical malignant hyperthermia crises: a multi‐centre study. Orphanet J Rare Dis. 2014;9:8.
  • Riazi S, Larach MG, Hu C, et al. Malignant hyperthermia in Canada: characteristics of index anesthetics in 129 malignant hyperthermia susceptible probands. Anesth Analg. 2014;118: 381-387.

#Un #aneurisma cerebral de cada cuatro se confunde con #cefalea aguda

Postado em

Una investigación que se publica en ‘Stroke’ advierte de este error diagnóstico. Para evitarlo, se exige una mayor atención a los signos de sospecha de hemorragia subaracnoidea.

Elisa Cuadrado, responsable de la Unidad de Cefalea del Hospital del Mar, de Barcelona.

La ruptura de un aneurisma intracraneal es la causa no traumática más frecuente de hemorragia subaracnoidea (HSA), un trastorno cerebrovascular grave, que comporta una elevada mortalidad y una alta posibilidad de secuelas invalidantes. La rapidez diagnóstica es vital para el pronóstico de los pacientes, que depende sobre todo de su gravedad clínica inicial. Sin embargo, el principal motivo de consulta de los afectados es una cefalea aguda y de inicio brusco, en muchas ocasiones sin otras manifestaciones clínicas, lo que, dada su inespecificidad, puede generar confusión en su atención inicial y una tasa considerable de diagnóstico erróneo.

En este escenario, un estudio realizado por clínicos del Hospital del Mar, de Barcelona, e investigadores de su Instituto de Investigaciones Médicas (IMIM), con más de 400 pacientes con HSA, indica que el 26% no se diagnosticaron correctamente en un primer momento y que del consiguiente retraso en el acceso a una prueba diagnóstica concluyente (TC de urgencia; punción lumbar, para la detección de sangre en LCR) se derivan más complicaciones y un peor pronóstico, especialmente en pacientes con una HSA menos grave.

Confusión

La confusión obedece a la no identificación de los rasgos distintivos de la cefalea causada por la hemorragia, pero también de otros signos de sospecha, como la contractura cervical. “Esto ocurre, obviamente, en pacientes que solo presentan dolor de cabeza, rigidez en la nuca o alguna afectación de pares craneanos, pero no cuando concurren problemas neurológicos severos, en los que el error diagnóstico es prácticamente inexistente”, explica la neuróloga Elisa Cuadrado, responsable de la Unidad de Cefaleas del Hospital de Mar y coautora del estudio, publicado recientemente en Stroke.

En los casos graves el error diagnóstico casi no existe, pero es elevado si se consulta al día siguiente del dolor, cuando es menos intenso

De hecho, el 60% de los pacientes incluidos en este trabajo encajaban en el primer grupo, el que corresponde a los grados más leves (1 y 2) de la escala específica de HSA de Hunt y Hess (HH). Es en estos casos en los que la tasa de error diagnóstico se eleva hasta el 40%. “Sucede que muchos de estos pacientes no consultan inicialmente, sino al día siguiente, o más tarde, cuando su dolor de cabeza ya no es tan intenso. Y además lo hacen por su propio pie y sin otros síntomas perceptibles, lo que despista a muchos médicos, que suelen asociar la hemorragia cerebral a un estado mucho peor”.

Esto conduce al retraso diagnóstico y terapéutico, que en algunos casos llega a los siete días tras un periplo de consultas médicas hasta llegar al diagnóstico correcto. Pero también se traduce en un peor pronóstico. Así se ha visto en este estudio que, aparte de constatar una tasa elevada de diagnóstico inicial incorrecto –como trabajos precedentes-, ha demostrado que se correlaciona con un pronóstico agravado por la mayor incidencia de isquemia cerebral tardía y de complicaciones que condicionan una peor respuesta al tratamiento.

Tras el seguimiento de tres meses de toda la cohorte, el 59% de los pacientes se recuperaron bien, el 18% presentó secuelas importantes (de movilidad, cognitivas y de lenguaje) y el 22% murieron (el 14% en la primera semana, la más deletérea).

Oportunidad perdida

No obstante, en el subgrupo de pacientes (59%) con menor gravedad clínica inicial (HH 1-2), el diagnóstico erróneo se asocia a un 20% adicional de mal pronóstico (secuelas-muerte). En concreto, los resultados de buena recuperación, secuelas importantes y muerte fueron del 84%, 11% y 5% en los correctamente diagnosticados, frente al 65%, 22% y 12% entre los que recibieron un diagnóstico inicial fallido. “Los datos dejan claro que este error inicial es una oportunidad perdida para pacientes que, de entrada, podrían tener un buen pronóstico”, subraya la especialista.

Teniendo en cuenta que la gran mayoría de aneurismas son asintomáticos hasta que se rompen y la ausencia de un marcador rápido de HSA, queda claro que la mejora diagnóstica pasa por una mayor formación y concienciación en torno a los signos y síntomas de sospecha.

La hemorragia subaracnoidea supone del 1% al 3% de todas las cefaleas agudas y no traumáticas que llegan a urgencias

Y aunque esta investigación revela que la tasa de error es más alta en centros de salud que en las urgencias hospitalarias, la experta recalca que “el error diagnóstico nos incumbe a todos los que participamos, seamos médicos de familia, urgenciólogos o neurólogos”.

En el caso de la cefalea por HSA, los pacientes suelen describirla como el peor dolor de cabeza que han tenido en su vida. “Pero no solo importa la intensidad del dolor, sino otras características, como su inicio brusco y explosivo, que alcanza su pico de máxima intensidad en segundos; lo que conocemos con el nombre de cefalea en trueno”.

De ahí la importancia de preguntar sobre el modo de inicio para diferenciarla de otras cefaleas, como la migraña, mucho más frecuente –afecta al 12% de nuestra población-, que cursa también con dolor muy intenso, pero cuyo comienzo es más progresivo. Otros rasgos característicos son la ausencia de episodios previos similares y dolor y rigidez en el cuello.

Volumen ingente

Se estima que la hemorragia subaracnoidea supone del 1% al 3% de todas las cefaleas agudas y no traumáticas que llegan a los servicios de urgencias. Teniendo en cuenta que representan el 2% de todas las visitas a estos dispositivos, por no hablar del volumen ingente de cefaleas de todo tipo atendidas en los centros de salud, “es lógico que se dé una cierta confusión al diferenciar las secundarias a una hemorragia”, concede Cuadrado.

De hecho, a pesar de los algoritmos propuestos para la selección de casos tributarios de una TC de urgencia -como la llamada Regla de Ottawa, que está impulsada por el grupo canadiense de Jeffrey Perry-, persiste siempre un porcentaje relevante de error. “En cualquier caso –remarca esta experta-, una tasa del 26%, como en nuestro estudio, es claramente mejorable”.

Imágenes de TC de hemorragia subaracnoidea (HSA).

Por eso, desde el Servicio de Neurología del Hospital del Mar se esfuerzan en difundir los resultados del estudio y organizan actividades formativas entre los profesionales implicados del hospital y de los centros de salud de su zona.

También se dirigen a los especialistas de los otros cuatro hospitales catalanes de referencia en la hemorragia subaracnoidea (Clínico, Valle de Hebrón, Bellvitge y Germans Trias i Pujol), que tratan a todos los pacientes afectados: en torno a 700-750 cada año, para una incidencia estimada de 9-10 casos por cada 100.000 habitantes/año.

Estos cinco centros especializados tienen establecido desde hace una década un sistema de guardia –a falta de nombre oficial, la llaman “gran guardia de HSA”- para el tratamiento de estos pacientes, en el que participan servicios de Anestesiología, Neurocirugía, Neurología, Medicina Intensiva, Neurorradiología Intervencionista y Radiología.

Con el objetivo de excluir el aneurisma de la circulación cerebral y evitar el resangrado –un riesgo claro en los primeros días y prácticamente mortal-, tres de cada cuatro casos son tratados con embolización endovascular, colocando a través de un catéter una espiral de platino (coil) que rellena el aneurisma, forma un trombo local y bloquea la circulación. Cuando la anatomía no es favorable, en el resto de pacientes se emplea cirugía, mediante craneotomía y clipaje del cuello del aneurisma.

#Parada cardiorrespiratória no intra-operatório, como o anestesiologista deve agir?

Postado em Atualizado em

anestesiologista

Parada cardiorrespiratória no intra-operatório, como o anestesiologista deve agir?

 

Em 16 de outubro de 1846, Morton demonstrou publicamente, no Massachusetts General Hospital, a extração de um tumor na região cervical do paciente Gilbert Abbott sob um conceito novo na época, que se chamou posteriormente de “anestesia” com vapor de éter sulfúrico. Apesar de não ser uma prática inédita, o uso de compostos químicos para melhorar a tolerabilidade dos procedimentos cirúrgicos passou a ganhar maior notoriedade e, consequentemente, o avanço científico nessa nova área possibilitou também o crescimento das áreas cirúrgicas da medicina, uma vez que o conforto e a segurança dos pacientes aumentavam as pesquisas relacionadas, propiciando também acesso a pacientes com patologias de base mais graves.

No entanto, todo tipo de composto quando administrado em um indivíduo pode produzir, assim como sua ação principal, eventos adversos que podem variar de desconforto e “tonteira” à parada cardio-ventilatória. Em um contexto em que junto com a disseminação da informação de que era possível ser operado “sem sentir o corte”, também se criou uma imagem de medo da anestesia em decorrência de episódios em que os eventos adversos graves relacionados ao procedimento acontecem. Nesse contexto, como reagir quando as intercorrências acontecem?

A mortalidade perioperatória vem diminuindo nos últimos 50 anos, apesar do envelhecimento populacional e, consequentemente, aumento da incidência de doenças crônico-degenerativas. Isso acontece porque o desenvolvimento de grandes estudos epidemiológicos e a insistência na publicação de eventos adversos levam a medidas para controlá-los: criação de centros de diagnóstico e vias rápidas para o manejo de hipertermia maligna, numerosos tipos de equipamentos voltados para evitar falhas no manejo da via aérea e detectar hipóxia, assim como melhor entendimento e acesso a instrumentos que podem detectar e ajudar no tratamento do colapso circulatório.

Em estudo publicado em 2015 por Whitlock e colaboradores, foi encontrada uma taxa de mortalidade em 48h após o período operatório de 33 para cada 100.000 atos anestésicos, (mais baixo do que os 89 para cada 100.000 atos encontrados em metanálise anterior), sendo divididos em complicações com a via aérea (1,7%), reanimação (2,8%), complicações respiratórias (8,1%) e colapso circulatório (35%) e associados a “falha no resgate”, que também se relacionam com o tempo necessário para o diagnóstico e tratamento do evento. As populações mais expostas ao dano foram os extremos de idade, classificações de estado físico da Sociedade Americana de Anestesiologia mais elevadas, as cirurgias de urgência/emergência e as que se realizavam durante a madrugada. Ou seja, mesmo que as técnicas de suporte tenham avançado, o cuidado ainda é realizado por seres humanos, que estão expostos a fadiga e doenças, assim como a população em geral.

O preparo na formação dos anestesiologistas prevê que existam esses eventos, já que o estudo farmacológico de toda e qualquer droga envolve sua via de metabolização e seus efeitos-alvo e indesejados, assim como a associação com o funcionamento abaixo do rendimento médio esperado de órgãos nobres, quando isso ocorre. Ao longo do preparo, é ensinado que esta é a única especialidade que causa uma disrupção controlada no paciente, para propiciar a cirurgia com segurança, com os meios para desfazer e prever as intercorrências que se pode gerar, o que é às custas de extenso estudo de farmacologia, fisiologia e o preparo e certificação em áreas para suporte básico e avançado de vida.

O paciente deve estar sempre monitorizado, mas não somente com os aparelhos eletrônicos, e sim com o olho do profissional envolvido: ritmo respiratório, pulsos e responsividade do paciente devem sempre ser avaliados, pois o processo de descompensação de um indivíduo passa por etapas que variam em velocidade para acontecer, mas acontecem e necessitam ser identificadas o mais precocemente possível.

O médico anestesiologista atende a diversos tipos de especialidades e deve saber todos os passos do processo cirúrgico para estar “um passo a frente” das intercorrências e não “pesar a mão” desnecessariamente. Desde manter o paciente o mais vígil possível em determinadas situações em que a sedação pode levar à necessidade de manejo inesperado de via aérea (utilização de dispositivos para manter a via aérea pérvia ou de antagonistas para a reversão dos efeitos farmacológicos usados anteriormente) ou mascarar, ou atrasar, o aparecimento de descompensações como o edema agudo pulmonar, até a administração do bloqueador neuromuscular em um momento a partir do qual o tempo de metabolização dessa droga é muito maior do que o tempo cirúrgico residual.

Cada especialidade tem suas peculiaridades e, dentro delas, cada cirurgião tem seu modo de realizar os tempos dos atos operatórios, então, além de ser essencial saber o que se está administrando no paciente e monitorizar clinicamente, é fundamental conhecer os passos e as características do ato cirúrgico e do cirurgião e, evidentemente, saber os limites da instituição onde se está trabalhando.

O anestesiologista é o médico responsável pela segurança do paciente e da equipe cirúrgica. Este profissional deve ser habilitado no manejo das crises que eventualmente possam acontecer no ambiente operatório; portanto, a liderança natural nesses eventos deve partir dele, mesmo dividindo a responsabilidade com outros médicos que também detêm a autoridade intelectual e técnica nesses momentos.

É fundamental esclarecer aos pacientes todos os eventos relacionados ao processo cirúrgico-anestésico que ele será submetido e dirimir todas as dúvidas possíveis, de maneira a mostrar que a anestesia é extremamente segura, mas também não é “só um cheirinho”. Existem muito mais coisas entre o céu e a mesa operatória do que sonha a filosofia popular e a responsabilidade de mostrar isso à população que atendemos é nossa.

 

 PEBMED

Autor:

Médico graduado pela Universidade Federal Fluminense ⦁ TEA/SBA ⦁ Coordenador de anestesia do Hospital de Clínicas Mario Lioni ⦁ Anestesista do Centro de Estudos Oculistas Associados

Referências:

  • 1- Anesthesia and Analgesia 2018 Mar;126(3):876-888. Cardiac Arrest in the Operating Room: Resuscitation and Management for the Anesthesiologist: Part 1.
  • 2- BMC Anesthesiol. 2015; 15: 149. Ether in the developing world: rethinking an abandoned agent.
  • 3- Brit. J. Anaesth. (1965), 37, 644. THE ANAESTHETIC ETHERS.
  • 4- Anesthesiology 2015; 123:1312-21. Perioperative Mortality, 2010 to 2014: A Retrospective Cohort Study Using the National Anesthesia Clinical Outcomes Registry

#Nuevo sistema de seguridad para la #anestesia en cirugías orales

Postado em Atualizado em

Expertos del Hospital Clínico Universitario de Valencia han creado OROTAPNN, un dispositivo de taponamiento orofaríngeo desechable no neumático que previene la aspiración, contaminación faríngea y traqueal y el paso de sangre al estómago en intervenciones en la cavidad oral.

Miguel Pucheel jefe de Servicio de Cirugía Oral y Maxilofacial del Clínico e investigador del Incliva,
Enrique Mezquita

La seguridad en el entorno quirúrgico es una prioridad no solo para salvar vidas, sino también para evitar infecciones y otros efectos indeseados. En este contexto, profesionales e investigadores del Hospital Clínico Universitario de Valencia y su Instituto de Investigación (Incliva) han creado OROTAPNN, un dispositivo de taponamiento orofaríngeo desechable no neumático que previene la aspiración, contaminación faríngea y traqueal y el paso de sangre al estómago en intervenciones en la cavidad oral.

El innovador sistema, creado por el jefe de Servicio de Cirugía Oral y Maxilofacial del Clínico e investigador del Incliva, Miguel Puche, podría usarse en diversas cirugías orales, maxilofaciales y otorrinolaringológicas. El proyecto cuenta con la colaboración de Pedro Charco, del Servicio de Anestesiología y Reanimación del Clínico y de la Unidad de Apoyo a la Innovación del Incliva.

El dispositivo tiene biosensores que advierten de su presencia evitando la extubación del paciente estando colocado

Según explica a DM Puche, “el dispositivo presenta diversos elementos innovadores que le caracterizan y que le diferencian de manera clara de los dispositivos actualmente disponibles o de la tecnología convencional o tradicionalmente utilizada”.

Dispone de un diseño adaptado a la anatomía de la zona, con unas características del material y configuración tridimensional “que permite un mejor ajuste a las paredes de la orofaringe”.

Además, está configurado para permitir su instalación de manera ágil y sencilla e incorpora en su diseño elementos de seguridad y biosensores que advierten de su presencia evitando la extubación del paciente con el dispositivo colocado, “de manera que se minimizan las complicaciones quirúrgicas de alto riesgo vital”.

En esencia, tiene la finalidad de permitir la cirugía oral con estanqueidad mejorada con respecto al taponamiento convencional -que se realiza con venda de gasa humedecida en suero fisiológico- y cuenta con elementos que permiten la protección de las vías respiratorias y digestivas del paciente.

“Concretamente en cuanto a la seguridad, mediante técnicas de impresión funcional, OROTAPNN se fabricará con material que incorporará funcionalidades gracias al empleo de biosensores elaborados con materiales plásticos inteligentes”, enfatiza Puche.

Plazos

El proyecto cuenta con una subvención de 68.000 euros de la Agencia Valenciana de Innovación (AVI) y se realizará con la colaboración del Instituto Tecnológico del Plástico (Aimplas), donde se llevará a cabo el análisis de materiales plásticos y el diseño del prototipo en 3D.

Dentro del proyecto, y una vez elaborado el prototipo mediante metodologías de fabricación aditiva, “existen planificadas varias actividades consistentes en estudios in vitro, que valoran la estanqueidad del elemento obturador, y otro ex vivo de uso del dispositivo”, comenta Puche.

El proyecto cuenta con una subvención de 68.000 euros de la Agencia Valenciana de Innovación (AVI)

Respecto a su puesta en el mercado, el creador señala que “la tecnología OROTAPNN está protegida mediante una solicitud de patente presentada en 2019. Mediante el conjunto de trabajos a realizar, no es aventurado predecir una evolución del TRL del dispositivo hasta nivel 5 (validación del dispositivo en un entorno relevante)”. Aún así, el tiempo de su salida al mercado tras el desarrollo del proyecto se estima en al menos dos años, “lo que es un activo importantísimo de cara a su transferencia a empresas”.

#El #dispositivo de asistencia ventricular se reduce a lo mínimo en la #insuficienca cardiaca

Postado em

La Paz implanta el dispositivo de asistencia ventricular izquierda más pequeño hasta ahora para dar soporte circulatorio a los pacientes con insuficiencia cardiaca terminal y que no son candidatos a trasplante de corazón.

El Hospital Universitario La Paz ha implementado un programa para dar respuesta a pacientes en situación de insuficiencia cardiaca terminal y que no son candidatos a trasplante de corazón.

Esta opción alternativa consiste en instalar un dispositivo de asistencia ventricular izquierda (LVAD, por sus siglas en inglés) que se implanta en la cavidad pericárdica y da soporte circulatorio a estos pacientes. Estos dispositivos representan un tratamiento efectivo y bien establecido para los pacientes que presentan insuficiencia cardíaca avanzada, es decir, cuando el corazón no puede bombear suficiente sangre para satisfacer las necesidades del organismo.

El abordaje para implantar este tipo de dispositivos debe planificarse desde una perspectiva multidisciplinar. En el Programa desarrollado en el Hospital La Paz están implicados y coordinados los servicios de Cardiología, Cirugía Cardíaca, y Anestesiología Cardio-Torácica.

El dispositivo implantado es hasta ahora el modelo comercialmente disponible más pequeño del mundo y está diseñado para reducir la invasión quirúrgica y mejorar los tiempos de recuperación del paciente y sus resultados. Además de su uso como terapia de destino en pacientes con insuficiencia cardíaca avanzada y refractaria del ventrículo izquierdo, este tipo de dispositivos sirven también como puente para el trasplante cardíaco. Con un peso de sólo 160 gramos, la bomba de flujo continuo de este dispositivo es un 30% más delgada y tiene un 38% menos de volumen que otros dispositivos centrífugos disponibles. Ello elimina la necesidad del bolsillo abdominal para alojar el dispositivo. Además, cuenta con una única cánula de entrada integrada de 10 mm de diámetro que facilita su disposición en pacientes con anatomía compleja, ya que mantiene una posición de entrada en la aorta estable

La insuficiencia cardíaca es una patología que afecta a más de 15 millones de personas en Europa y es hoy la primera causa de ingreso hospitalario no planificado. Se espera, además, que esta cifra siga aumentando, principalmente por el envejecimiento poblacional. De ahí la importancia de estos programas para dar respuesta a aquellos pacientes en los que los tratamientos convencionales no son efectivos o que, por causas diversas, no son candidatos para un trasplante de corazón. El Hospital Universitario La Paz dispone de una consulta monográfica de insuficiencia cardíaca avanzada en la que se valoran anualmente 150-200 pacientes.

Rehabilitación cardíaca

Los programas de rehabilitación en pacientes con insuficiencia cardiaca han demostrado una mejoría de la capacidad funcional de los pacientes a corto y medio plazo y un aumento de la supervivencia de los pacientes a largo plazo.

La Unidad de Rehabilitación Cardiaca del Hospital La Paz contempla la rehabilitación cardiaca del paciente portador del dispositivo de asistencia ventricular definitiva, siendo la única unidad en España que ha ofertado a este servicio a este tipo de pacientes. En estos programas se incluye el entrenamiento físico, educación a pacientes y cuidadores, pautas de actuación psicológica y control de los factores de riesgo para conseguir la máxima eficacia.

#Cirugía colorrectal: el #protocolo ERAS estricto reduce complicaciones

Postado em

Un estudio en ‘JAMA Surgery’ confirma que adherirse a las pautas de recuperación temprana favorece un mejor resultado postquirúrgico.

El primer firmante del estudio, Javier Ripollés, del Servicio de Anestesiología y Reanimación del Hospital Universitario Infanta Leonor, en Vallecas (Madrid).
Luis Camacho

Los protocolos de recuperación temprana tras la cirugía (más conocidos por sus siglas en inglés, ERAS) recogen una veintena de pautas en torno al momento de la intervención, muchas de las cuales han supuesto una revolución en comparación con el manejo tradicional del paciente quirúrgico, tales como evitar el ayuno perioperatorio prolongado y el uso de drenajes y sondas, así como utilizar una analgesia regional e introducir lo antes posible la alimentación oral y la movilización precoz tras la cirugía.

Con estas medidas se intenta reducir al mínimo las complicaciones derivadas de una cirugía que, en el ámbito colorrectal, aparecen en un 25% de los casos y se relacionan con una menor supervivencia a largo plazo de los pacientes con este tipo de cáncer.

Para determinar la relación entre la implantación de los protocolos ERAS y la evolución de los pacientes que han recibido una cirugía colorrectal, un grupo de investigadores, encabezados por Javier Ripollés Melchor, facultativo especialista del Servicio de Anestesiología y Reanimación del Hospital Universitario Infanta Leonor, con apoyo del Grupo Español de Rehabilitación Multimodal (RedGERM), ha llevado a cabo un estudio observacional prospectivo cuyos resultados publica la revista JAMA Surgery. Junto a Ripollés como primer firmante, también figuran como autores Ane Abad Motos y Alfredo Abad Gurumeta, jefa de Sección y jefe de Servicio de Anestesiología y Reanimación del citado hospital madrileño.

El trabajo asocia una mayor adherencia a los protocolos ERAS con menores complicaciones después de la cirugía colorrectal. Como destaca a DM su primer firmante, Javier Ripollés, “las diferencias en el grado de cumplimiento suponen una variación muy importante en las complicaciones que presentan los pacientes de un centro a otro”. En el estudio Power (Postoperative Outcomes Within Enhanced Recovery After Surgery Protocol) han participado 80 hospitales españoles, independientemente de si tenían o no un protocolo ERAS. En total, se reclutaron a 2.084 pacientes: todos intervenidos de cirugía colorrectal programada de manera consecutiva durante dos meses a finales de 2017, con 30 días de seguimiento.

El estudio, sobre 2.084 pacientes en 80 centros, muestra una falta de adherencia a los ERAS y a ciertas medidas de tratamiento estándar

La muestra completa de todos los pacientes (independientemente de su adscripción a un protocolo ERAS) fue dividida en cuartiles de cumplimiento. Así se encontró una reducción del 19% en el número de complicaciones moderadas graves en el grupo de mayor cumplimiento en comparación con el de menor cumplimiento. Asimismo la estancia hospitalaria resultó ser menor en el grupo de mayor cumplimiento (8 frente a 5 días) comparando los grupos de menor y mayor cumplimiento.

Para Ripollés, el estudio refleja que el cumplimiento de estos protocolos aún es bajo, así como el de otras prácticas que teóricamente son un tratamiento estándar: “Nos ha llamado la atención, por ejemplo, que una recomendación de la Organización Mundial de la Salud (OMS) sobre la administración de antibiótico previa a la incisión quirúrgica no se cumpla siempre, lo que se asocia a un 17% más de riesgo de complicaciones postoperatorias. Y también que más del 45% de los pacientes llegan anémicos a quirófano, una cifra muy elevada”.

Estudio destacado en Europa

La evidencia que avala la implantación de los programas ERAS procede fundamentalmente de metanálisis y estudios observacionales. El estudio Power es el segundo en número de pacientes que se publica -el mayor fue un trabajo llevado a cabo en hospitales escandinavos que incluía a unos 2.600 pacientes durante cinco años-, y tiene el aliciente de haberse realizado durante un periodo de tiempo muy corto (dos meses de reclutamiento).

El presente trabajo, que además fue nominado en 2018 a los premios europeos de investigación (Castor Research Awards), es el primer fruto de una línea estable de investigación sobre los beneficios de los protocolos ERAS tras la cirugía, coordinada por Ripollés y RedGERM, que tendrá continuidad con otros tres estudios, en los que se seguirá una filosofía similar de reclutamiento de pacientes y seguimiento.

El siguiente estudio (Power-2), actualmente en proceso de análisis de datos, está enfocado en pacientes operados de prótesis total de cadera y rodilla. Se desarrolla en colaboración con Óliver Marín-Peña, del Servicio de Cirugía Ortopédica y Traumatología del Hospital Infanta Leonor, y participan 850 colaboradores de 131 hospitales españoles, con una muestra de 6.100 pacientes. El Power-3 estará centrado en la cirugía bariátrica y se hará en colaboración con la Sociedad Española de Cirugía de la Obesidad (SECO). Por su parte, el Power-4 pondrá el foco en cirugía de cáncer gástrico.

Una ‘vía’ en vías de expansión

El concepto de la recuperación intensificada tras la cirugía tiene su origen a finales de la década de 1990, cuando el cirujano danés Henrik Kehlet postula sus teorías sobre cómo una serie de medidas basadas en la evidencia a lo largo de todo el periodo perioperatorio pueden disminuir el estrés quirúrgico al que se ve sometido el paciente y mantenerle en un estado fisiológico adecuado, de forma que vuelva al estado previo a la cirugía en el menor tiempo posible y se disminuyan las complicaciones tras la operación.

En España, se han cumplido ya tres años desde la presentación de la Vía Clínica de Recuperación Intensificada en Cirugía Abdominal (RICA), un documento basado en ERAS, elaborado por profesionales de enfermería y medicina de diferentes especialidades, con el apoyo del Ministerio de Sanidad, cuyo objetivo es expandir esta forma de trabajo en todo el Sistema Nacional de Salud.

#Tracheotomy in #poststroke dysphagia: pharyngeal electrical stimulation promotes earlier decannulation

Postado em

  • The Lancet Neurology

Background

Dysphagia after stroke is common, especially in severely affected patients who have had a tracheotomy. In a pilot trial, pharyngeal electrical stimulation (PES) improved swallowing function in this group of patients. We aimed to replicate and extend this single-centre experience.

Methods

We did a prospective, single-blind, randomised controlled trial across nine sites (seven acute care hospitals, two rehabilitation facilities) in Germany, Austria, and Italy. Patients with recent stroke who required tracheotomy were randomly assigned to receive 3 days of either PES or sham treatment (1:1). All patients had the stimulation catheter inserted; sham treatment was applied by connecting the PES base station to a simulator box instead of the catheter. Randomisation was done via a computerised interactive system (stratified by site) in blocks of four patients per site. Patients and investigators applying PES were not masked. The primary endpoint was assessed by a separate investigator at each site who was masked to treatment assignment. The primary outcome was readiness for decannulation 24–72 h after treatment, assessed using fibreoptic endoscopic evaluation of swallowing and based on a standardised protocol, including absence of massive pooling of saliva, presence of one or more spontaneous swallows, and presence of at least minimum laryngeal sensation. We planned a sequential statistical analysis of superiority for the primary endpoint. Interim analyses were to be done after primary outcome data were available for 50 patients (futility), 70 patients, and every additional ten patients thereafter, up to 140 patients. Analysis was by intention to treat. This trial is registered with the ISRCTN registry, number ISRCTN18137204.

Findings

From May 29, 2015, to July 5, 2017, of 81 patients assessed, 69 patients from nine sites were randomly assigned to receive PES (n=35) or sham (n=34) treatment. Median onset to randomisation time was 28 days (IQR 19–41; PES 28 [20–49]; sham 28 [18–40]). The Independent Data and Safety Monitoring Board recommended that the trial was stopped early for efficacy after 70 patients had been recruited and primary endpoint data for 69 patients were available. This decision was approved by the steering committee. More patients were ready for decannulation in the PES group (17 [49%] of 35 patients) than in the sham group (three [9%] of 34 patients; odds ratio [OR] 7.00 [95% CI 2.41–19.88]; p=0.0008). Adverse events were reported in 24 (69%) patients in the PES group and 24 (71%) patients in the sham group. The number of patients with at least one serious adverse event did not differ between the groups (ten [29%] patients in the PES group vs eight [23%] patients in the sham group; OR 1.30 [0.44–3.83]; p=0.7851). Seven (20%) patients in the PES group and three (9%) patients in the sham group died during the study period (OR 2.58 [0.61–10.97]; p=0.3059). None of the deaths or serious adverse events were judged to be related to PES.

Interpretation

In patients with stroke and subsequent tracheotomy, PES increased the proportion of patients who were ready for decannulation in this study population, many of whom received PES within a month of their stroke. Future trials should confirm whether PES is beneficial in tracheotomised patients who receive stimulation similarly early after stroke and explore its effects in other cohorts.

Funding

Phagenesis Ltd.

Francês é operado ao #coração sob #hipnose e sem anestesia

Postado em Atualizado em

Hipnose foi a opção para não dar a Gérard Courtois medicamentos e químicos que pudessem ser prejudiciais à saúde

Gérard Courtois, um homem de 88 anos, foi sujeito a uma cirurgia cardiovascular sem anestesia. No Hospital Universitário de Lille, em França, a solução utilizada para que Gérard se abstraísse da operação foi a hipnose, ao invés da morfina, dos ansiolíticos e de outros medicamentos que poderiam pôr em risco a sobrevivência do doente.

Explica a France Bleu que, esta segunda-feira, 48 horas após a intervenção, Gérard está a recuperar sem problemas da substituição da válvula aórtica. A intervenção costuma ser realizada com anestesia local ou geral, mas tal representa um perigo para pessoas de idade avançada.

“Por vezes, pacientes mais velhos são mais sensíveis aos efeitos secundários dos medicamentos injetáveis e estes produtos podem causar problemas neurológicos. Com a hipnose, o paciente recupera imediatamente. Há um benefício real”, explicou Arnaud Sudre. chefe de cirurgia na unidade hospitalar.

No dia antes da operação, Hélène Sergent, a enfermeira encarregue de administrar a “anestesia” a Gérard Courtois, passou algum tempo com ele para lhe explicar o procedimento e também para saber mais sobre as viagens do doente com a mulher “à Tailândia, Egito, Tunísia, Turquia e a paixão pela jardinagem”. Foram estes os temas que usou para hipnotizar Courtouis e colocar num estado de abstração que permitiu ao idoso chegar a adormecer durante a cirurgia.”Ao falar de tanta coisa, esquecemos o que está a acontecer e somos transferidos para outro lado”, explicou a enfermeira.

Sergent foi a primeira enfermeira do departamento de cardiologia a ser treinada para aplicar hipnose. Quatro profissionais de enfermagem serão formadas em breve, já que estima-se que 80% dos pacientes estarão abertos à hipnose em substituição da anestesia, informa o hospital universitário de Lille. Uma nova cirurgia com o doente sob hipnose está marcada para a próxima semana.

 

DN