apendicectomia cirúrgica

#Antibióticos vs #cirurgia: igualmente efetivos no tratamento da #apendicite?

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Dr. Albert B. Lowenfels

A terapia antibiótica é uma alternativa eficaz para a apendicectomia cirúrgica? Após revisar 772 prontuários, os autores do estudo publicado no periódico Annals of Surgery[1] realizaram uma meta-análise com base em quatro estudos randomizados e quatro estudos de coorte que incluíram 897 pacientes tratados com antibiótico, e 1113 cirurgicamente. Os desfechos foram a eventual necessidade de apendicectomia, complicações, duração da internação e custo.

Os resultados favorecem fortemente a apendicectomia: o tratamento foi considerado efetivo em mais de 99% dos pacientes operados, em relação a 72,6% dos pacientes tratados com antibióticos (P < 0,001). Em ambos grupos, quando a cirurgia foi necessária, as taxas de complicação pós-operatórias foram semelhantes (P = 0,91).

Opinião

Este trabalho acrescenta informação valiosa ao contínuo debate sobre antibióticos em relação a apendicectomia padrão para o tratamento inicial da apendicite. Do ponto de vista do paciente, o tratamento antibiótico (se ele evita cirurgia em cerca de 75% dos casos) parece uma opção atraente.

No entanto, o risco de apendicite ao longo da vida é de cerca de 5%-10%, então o sucesso inicial não impede uma apendicite subsequente. Com seguimentos de cerca de um ano, os trabalhos nesta meta-análise não conseguem fornecer informações sobre o risco de eventual apendicite em pacientes tratados com antibióticos.

Da mesma forma, o tratamento antibiótico de uma crise subsequente de apendicite tem uma taxa de sucesso semelhante ao tratamento antibiótico inicial? E quanto à idade de um paciente na primeira crise? É uma variável importante? Deve-se optar pela cirurgia em pacientes mais jovens, com o uso de antibióticos reservado para pacientes mais velhos com menor expectativa de vida? Os antibióticos podem ter um papel no tratamento da apendicite, mas existem várias questões não respondidas, indicando que no momento, a cirurgia continuará a ser a principal estratégia de tratamento.